Uma das grandes voltas que o mundo deu para mim foi em maio de 2019, quando fui parar em Portugal. |
Cidade de Guimarães |
Tudo aconteceu bem antes da pandemia, quando ainda o mundo estava livre do corona-vírus. E podíamos viajar sem medo e apreciar as belas coisas da vida. Por duas vezes, em datas diferentes, eu estive na Europa. Conheci vários países, como Itália, Inglaterra, Suíça, Alemanha, Espanha, Bélgica, Holanda, Áustria e por aí vai... Mas nada de Portugal. Até que um dia me decidi: Preciso conhecer Portugal! Quero fazer uma viagem a Portugal. Conhecer as belas terras dos descobridores do Brasil, a terra de nossos antepassados.
Preciso ver de perto as terras lusitanas, pisar no seu solo e vivenciar certas tradições que só Portugal tem, como estas:
- As canções maravilhosas dos fados, os primeiros nascidos nos contextos populares da Lisboa oitocentista, cantado pelos marujos, pelos rufiões, por aristocratas da boemia e hoje, por cantores consagrados de clubes famosos das Casas de Fado.
"Coimbra do choupal/ Ainda és capital/ do amor em Portugal/ Ainda..." Coimbra dos doutores/ Pra nós os teus cantores/ A fonte dos amores/ És tu ...ainda.../ O livro é uma mulher/ Só passa quem souber/ E aprende-se a dizer SAUDADE!...
- As canções do folclore lusitano que apresentam música alegre e dança ligeira, como o Tiroliro ló ou Bailinho da Madeira e outras. Quer ver? "Deixem passar esta linda brincadeira/ Que a gente vamos bailar/ Pra gentinha da Madeira"... "Lá em cima está o Tiroliro liro/ Cá embaixo está o Tiroliro ló/ Juntaram-se os dois à esquina/ A tocar a concertina/ A dançar o solidó."...
Que será solidó? talvez seja um tipo de música tocada pelas bandas filarmônicas nas aldeias e cidades portuguesas. Deve ser isso mesmo, com certeza.
-Quero ver as famosas lavadeiras de beira de rio que ouvia Roberto Leal cantar em suas apresenta-
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As lavadeiras de beira rio |
ções artísticas folclóricas. Hoje, não existe esse tipo de lavadeiras por lá, mas posso encontrá-las nos quadros de pintura como este, aqui à esquerda, que pesquisei no YouTube e Wikipédia.
Infelizmente, não encontrei os dados suficientes sobre o pintor. São famosos os quadros que representam as mulheres lavando as roupas nos rios, como
Lavadeiras do Rio Mondego, o rio 100% português com suas mulheres trabalhadoras
da Ilustração Portugueza de um cartão |
Lavadeiras do Mondego |
postal bem antigo que achei no Google. É uma aquarela de Alfredo Roque Gameiro, encontrada no número 184, de 30-08 de 1909, em um site da Virtual Memories. Como estas pinturas há outras espalhadas por diversos museus lusitanos.
-- E quero também degustar o bacalhau que é um dos símbolos da culinária portuguesa, embora o peixe seja pescado em outros mares. É um alimento que conta a história de Portugal, desde o século XIV. Dizem que naquelas plagas existem 365 formas diferentes de apresentar o bacalhau- uma para cada dia do ano! Uau! E eu quero experimentar, desde a tradicional à Gomes de Sá a outras que desconheço os nomes...
--Quero ainda degustar os saborosos
pastéis de nata, ou pasteizinhos de Belém,
uma das mais populares especialidades da doçaria portuguesa. Um segredo exclusivo da antiga Confeitaria Belém, em Lisboa, no Mosteiro dos Jerônimos.
-- Quero, também, conhecer uma casa portuguesa, pois é na casa portuguesa que encontro tanta coisa parecendo poesia. Vejamos!
"Numa casa portuguesa fica bem/ Pão e vinho sobre a mesa/ Mas se à porta humildemente bate alguém/ Senta-se à mesa com a gente.
Fica bem esta franqueza, fica bem/ E o povo nunca desmente/ Que a alegria da pobreza está / Nesta grande riqueza de dar e ficar contente.
Quatro paredes caiadas/ Um cheirinho de alecrim/ Um cacho de uvas doiradas/ Duas rosas no jardim./ . Um São José de azulejo/ Mais o sol da primavera/ Uma promessa de beijos/ dois braços a minha espera/
É uma casa portuguesa com certeza/ É com certeza uma casa portuguesa. Bis
No conforto pobrezinho do meu lar/ Há fartura de carinho/ E a cortina da janela é o luar/ Mais o sol que bate nela./ Falta pouco, poucochinho pra alegrar/ Uma existência singela/ é só o amor, pão e vinho, caldo verde, verdinho/ A fumegar na tigela/ Fica bem esta franqueza fica bem/ E o povo nunca desmente./ Que a alegria da pobreza está/ Nesta grande riqueza de dar/ e ficar contente.
Quatro paredes caiadas/ Um cheirinho de alecrim/ Um cacho de uvas doiradas/ Duas rosas no jardim.../ Um São José de azulejo/ Mais o sol da primavera/ Uma promessa de beijos/ dois braços a minha espera. É uma casa portuguesa com certeza/ É com certeza uma casa portuguesa. Bis.
-- Por fim, quero conhecer GUIMARÃES, a cidade que deu início a Portugal e onde nasceu D. Afonso Henriques, o primeiro rei do país. E onde, presumo, nasceu o cidadão português que deu origem à nossa família Cândido Guimarães.
E aqui vai uma informação, só para você ficar sabendo:
A batalha que fundou Portugal como país independente, foi travada nas redondezas da cidade de Guimarães, em 1146-Batalha de São Mamede. Depois da vitória, Guimarães que era apenas um condado, se tornou a capital temporária do país. Vinte anos depois, a capital foi substituída por Coimbra, um local mais evoluído e progressista. No ano 1255, o rei D. Afonso III muda a sua corte para Lisboa, devido ao fato de possuir ótimo estuário onde podiam aportar navios de mercadorias. E mais duas capitais Portugal teve: o Rio de Janeiro, quando D João VI transferiu a corte para o Brasil, em1808, após a invasão francesa; e Angra do Heroísmo, nos Açores, em 1580 e 1830.
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"De nada valem as voltas que o mundo dá se a gente não arrisca a sair do lugar". Não sei quem disse isso, mas gostei da ideia e estou aproveitando para contar a viagem que, realmente fiz a Portugal. Arrisquei-me enquanto era tempo, enquanto podia viver o meu presente, o meu hoje. Arrisquei-me, enfim. Busquei realizar tudo aquilo que disse na primeira parte da postagem... e outras coisas a mais. E foi assim, que eu e minha amiga Carolina Siqueira Leite encontramos uma turma em Guarulhos e fomos parar em Lisboa, no dia 15 de maio de 2019. Devo dizer que este grupo era de Taubaté e eu já conhecia quase todos de outra excursão.👉
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| Carol, eu e a turma de Taubaté em Portugal |
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Em Lisboa vivemos cada dia, uma surpresa, uma vitória. Depois fomos cruzar outras pontes, expandir nossos horizontes, buscar outros rios e mares. E fomos bem confiantes...certos de que seríamos outros no retorno.E foi Lisboa, situada sobre sete colinas, que começou a nos mostrar as belezas do pequeno país. Quanta coisa vimos por lá! A começar pela gastronomia...Ah, os famosos pasteizinhos de nata, e o bacalhau! delícias sem fim...Conhecemos a fábrica e a Torre de Belém- Patrimônio Mundial da Unesco. A Torre fica à direita do Rio Tejo, nosso conhecido na História do Brasil. Esta foto abaixo é Lisboa .👇
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Cidade Lisboa |
Apresento outras imagens da turma na Torre de Belém. Uma delas é o Monumento dos Descobridores com 52m de altura, fica frente ao Rio Tejo e ao lado do Mosteiro dos Jerônimos. Parece uma caravela que reúne 32 estátuas
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Glória, Carol e Eliza na Torre de Belém |
que lembram Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Fernão de Magalhães e outros protagonistas. Uma obra de arte! Bem à esquerda abaixo👇
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Eu, Carol, Bel. e Eliza |
Conhecemos o trânsito da cidade, os velhos elevadores, como o Santa Justa, os famosos bondinhos, chamados " elétricos" que circulam pelas ruas como verdadeiros símbolos da capital portuguesa. As viagens são divertidas e econômicas.
O que mais tem em Lisboa são estátuas que homenageiam seus antepassados, seus heróis, seus poetas, como Camões e Fernando Pessoa. Apresento a praça e o monumento
Marquês de Pombal logo ali abaixo.
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Ora pasteizinhos, ora bacalhau |
Pombal foi o homem que ficou à frente da reconstrução de
Lisboa após o terremoto em 1755.
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Praça Marquês de Pombal e o monumento |
Permanecemos quatro dias em Lisboa. Nas proximidades de Lisboa, há uma sequência de praias do Atlântico. Fomos conhecer Cascais e Estoril. Além de Cabo da Roca e Sintra. Cada cidade tem os seus encantos. Sintra é Patrimônio mundial, tombada pelo UNESCO, com suas ruas medievais e palácios dos séculos XV a XIX. Para conhecer Palácio da Pena tivemos que usar o Tuk TuK, dirigido por um goiano, o Vinícius, que encontramos por lá. Foi uma viagem inesquecível! |
Vinícius e o Tuk Tuk |
Cascais- |
Parte do Mon. aos Descobridores |
uma adorável cidade de pesca e centro turístico. O Parque e o Palácio da Pena, da cidade de Sintra, são o expoente máximo, em Portugal, do Romantismo do século XIX. Todo visitante turista precisa conhecê-los. |
Palácio Nacional de Sintra |
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Cascais |
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Palácio da Pena |
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Glória e Bel |
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Amigas Vera e Judite em Cascais |
Depois do quarto dia em
Lisboa, fomos à
Fátima, onde pernoitaríamos e conheceríamos o Santuário e participaríamos da procissão das velas e outros atos no dia seguinte. Como assistência à missa, às 15horas e visita a
Aljustrel, casas onde nasceram os videntes Lúcia, Francisco e Jacinta. Passamos, porém, antes em
Óbidos, Nazaré e Batalha todas elas cidades praianas, comércio à beira da praia, cheias de uma boa gente portuguesa, turistas diversos e encantos imperdíveis.
Óbidos é um polo de grande atração turística. Recebeu o título de
Cidade da Literatura da UNESCO. Ao passear pelas suas ruas, encontramos vestígios do Gótico, do Renascimento e Barroco.
Nazaré é palco das grandes ondas do mar. Veja foto logo ali abaixo, com os turistas espantados com a altura de uma delas. Veremos agora outras fotos que valem mais que palavras.
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A grande onda de Nazaré |
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Os peregrinos de Fátima |
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Fátima |
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Nazaré, praia no Atlântico |
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Nazaré-cidade beira-mar |
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Cidade de Óbidos |
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Cidade de Óbidos |
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Atenção aos visitantes de Fátima |
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A Senhora e os Pastorzinhos |
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Os três Pastorzinhos na rotunda de entrada da cidade.
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Viver as belezas de Fátima foi de muita graça ao nosso coração religioso.
No dia 20 de maio, chegamos à cidade do
Porto. Que é a capital do norte de Portugal. É famosa pelas pontes que tem e pela produção de vinho. A majestosa ponte D. Luís sobre o rio Douro é uma das mais importantes do país. E as famosas caves, casas de vinho, as melhores de Portugal. E no
Porto, visitamos os bares na Beira do Cais da Ribeira e degustamos os mais gostosos vinhos do mundo. E os melhores pratos de bacalhau. Cada dia, uma receita de dar água na boca! Nesta cidade incrível, tivemos uma noite maravilhosa de fados e mais fados, cumprindo, assim, mais alguns dos meus desejos. Haja coração e voz para acompanhar as músicas!
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Ponte D. Luís, no Rio Douro |
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Bel e Carol, aniversário na casa do Fado |
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Cidade do Porto |
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Casa do Fado- música e vinhos |
Porto e a estátua equestre de Pedro IV |
Vai um vinhozinho aí? |
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Fátima -chegada de peregrinos |
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Porto- Palácio da Bolsa |
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Fátima- os Pastorzinhos |
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Coimbra- rio Mondego |
Agora vamos conhecer
Coimbra e
Aveiro. Ficam próximas à capital do norte- Porto. A zona histórica da área universitária de Coimbra é Patrimônio da Humanidade. Nós visitamos grande parte dela, inclusive a famosa Biblioteca.
"Coimbra é uma lição/ De sonho e tradição/ O lente é uma canção/ E a lua a faculdade...Eis ali a foto da bela
Coimbra e o
rio Mondego.👉 Cadê suas famosas lavadeiras? Ficaram longe... só na História. Mas vimos outras coisas pelas ruas, inclusive uma Bellini e o seu saboroso sorvete. Veja abaixo 👇 bem à esquerda👈
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Pátio da Universidade |
Aveiro foi o lugar de que mais gostei em Portugal. É a cidade dos barcos "Moliceiros". Moliceiros porque servem para colher
moliços, algas e outras vegetações, no fundo das águas
.É conhecida como a "Veneza
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Aveiro |
de Portugal", pois podemos navegar nos canais da laguna por diversas partes da cidade como nos mostra a foto logo ali, à direita👉a Ria de Aveiro.
O passeio de barco mais agradável que fizemos naquele país.
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Sorvete Bellini |
O canal foi criado para religar a laguna com o mar. Tais ligações entre a cidade e as águas dos canais torna tudo muito aprazível para se viver. Perto de Aveiro, já no oceano Atlântico, está a praia de
Costa Nova, assim conhecida pelas casas de madeira colorida dos pescadores.
Uma graça! Veja foto logo ali abaixo👇 Nesta região, a doçaria, com os ovos moles, e os os mais variados peixes são as delícias de mundo todo!
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Barcos moliceiros- Aveiro |
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Casas de pescadores- Praia Costa Nova |
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No meio do caminho, almoço |
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Nossa turma e a Catedral |
Depois de
Coimbra e Aveiro, no dia seguinte, saímos da cidade do Porto para conhecer uma preciosidade. A cidade
Santiago de Compostela, na Espanha! Era a turma de brasileiros mais felizes do mundo! O dia era 22de maio de 2019!
Mesmo, sendo apenas
" uma visita de beija-flor" a viagem valeu muito! A cidade é conhecida como o ponto culminante da rota de peregrinação dos caminhos de Santiago, e o suposto local de sepultamento do apóstolo São Tiago. Dizem que os restos mortais estão na catedral que visitamos. Foto aqui 👆 acima. Na foto, faltam umas pessoas que estavam perdidas na multidão...
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No meio do caminho, um lindo lugar! |
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Brasileiros e as compras pelas ruas |
Conhecemos várias praças. Uma delas, a do
Obradoiro, bem no pátio da catedral, cheia de gente e artistas, vivendo programas variados de arte e com muitos turistas apreciando o espetáculo. A outra, a
Praça da Prataria, com gente nas lojas de souvenir. E nós, turistas do Brasil não ficamos
a ver navios...fomos às compras também. E nas vielas do centro histórico...
GALERIA DE FOTOS- GUIMARÃES E BRAGA No dia seguinte, chegou a vez de um tour pela região do Rio Minho : Guimarães e Braga.
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Guimarães ainda |
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Sobre o Castelo de Guimarães |
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Estamos em Guimarães |
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Estátua de D. Afonso Henriques |
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Cidade de Braga |
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Em Braga-Jardim do Hotel Vila Galé |
Braga é considerada uma das cidade mais religiosas do mundo. Apresenta três Santuários que formam o Triângulo da Fé: a Catedral de Braga e os Santuários do Sameiro e do Bom Jesus.
Guimarães é o berço de Portugal, a cidade mais antiga do País. O centro histórico que conhecemos é Patrimônio Mundial da UNESCO. Aí abaixo, está o Castelo de Guimarães. Estava fechado aquele dia.
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Guimarães, cidade secular, onde começou Portugal |
A nossa excursão a Portugal estava quase chegando ao fim. Precisávamos, porém, explorar o
Vale do Douro. A primeira região do mundo a ser demarcada para produção de vinho. Também é Patrimônio Mundial pela UNESCO, além de ser famoso por ter uma incomum e fantástica paisagem. Foi isto o que realizamos no dia 25 de maio:
um tour perfeito pelas águas do Douro e pela Quinta de Avessada, onde pudemos degustar vinhos e mais vinhos, um almoço perfeito e viver toda poesia que Portugal nos oferece, desde uma história genial de alegria ao som da concertina e pisa das uvas, até as horas de ócio à sombra das árvores nos jardins, ou sob as auras do encantamento dos mitos folclóricos dos fados-
"Um |
Descendo o Douro |
São José de azulejo, mais o sol da primavera."... Mas não foi o São José que encontramos na quinta e sim o doce menininho das uvas, gorduchinho e alegre...Um amor!Veja logo abaixo, fotos que registram momentos de um dia feliz.
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Turma no rio Douro |
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Quinta da Avessada- Foto da internet |
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Pisa da uva |
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O Douro e suas vinhas |
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Galafura- Peso da Régua |
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Jardim da Quinta |
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No jardim: Menininho das Uvas |
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Uma delícia- descendo o Douro |
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Indo para a Quinta |
Depois do Vale do Douro, despedimo-nos de Portugal e de uma viagem maravilhosa... Tudo com gosto de
QUERO MAIS!......................................................................................................................................
Por que quis conhecer Guimarães? Eu já disse no início; queria conhecer o berço de Portugal e, quem sabe, descobrir as pegadas do nosso ancestral nº1 que, presumo, nasceu por lá. Uma tarefa difícil de se realizar. Por falta de tempo para as devidas pesquisas in loco; por desconhecimento de dados positivos e concretos sobre o possível personagem que veio de Portugal e viveu em Paramirim, na Bahia. Por exemplo, nem o seu primeiro nome sabemos. A minha geração conhece por nomes apenas os avós, José Cândido Guimarães e Maria da Glória Vieira Guimarães, pais de meu pai Zuquinha, também chamado José Cândido Guimarães, e de meus tios Manuel e Joaquim Cândido Guimarães, os três irmãos que foram parar, dois deles em Goiás e o outro, em Mato Grosso. Contudo, nada me fez desistir de saber alguma coisa a respeito. Conheci a cidade antiga de Guimarães, um |
Cidade de Guimarães |
pouco de sua história e tradições. Me senti em um cenário medieval andando pelo Centro Histórico, passando por ruas e ruelas, visitando igrejas e o Castelo de Guimarães , considerado a Sétima Maravilha de Portugal, desde 2007. Estava fechado naquele dia... Decepção!
Entretanto, não é so de passado que a cidade vive. Ela tem cultura, ótima universidade, promove esporte. Em 2013, foi considerada a Cidade Européia do Esporte. E em 2020, quase se torna a Capital Verde da Europa (perdeu para Lisboa).Nota encontrada na Internet.
E foi contatando gente bem portuguesa que descobri algumas novidades. As famílias portuguesas têm apelidos, ou sobrenomes que vêm de pai ou mãe ( patronímicos). Ou sobrenomes oriundos da região em que nasceu ( toponímicos). por ex: Álvares, filho de Álvaro, o sufixo (e) ou (es) indica (filho de); outros exemplos: Vasques, filho de Vasco. Mendes, filho de Mem. A palavra Guimarães é um toponímico, isto é, está relacionada ao lugar de origem- à cidade de Guimarães. Mas pode ser também um patronímico, isto é, ter derivado de Guímaro, ou de Vimaraens filho de Vímara, pois na escrita arcaica portuguesa, Guimarães é Guimaraens ou Vimaraens .Tal informação carece de melhor explicação. Fico devendo um estudo mais apurado sobre este assunto.
A Família Guimarães portuguesa é descendente dos mais nobres clãs da região norte de Portugal. O primeiro Vimaraens que se tem notícia foi Dom Martinho Guimarães, juiz da comarca de Braga, e senhor do solar dos Guimarães na região do mesmo nome. É apontado como ascendente direto de Dom Pedro I, Imperador do Brasil. Notinha da Wikipedia.na Internet.
Os nossos antigos livros de História do Brasil nos contam que, quando a Família Real veio para cá em 1808, nos quatorze navios, além da família real, vieram outros nobres, centenas de funcionários, assessores, militares, trabalhadores diversos, criados, vassalos, degredados...Antes de chegarem ao Rio de Janeiro, aportaram na Bahia por quase dois meses. Algumas pessoas foram ficando pelo caminho, para trabalharem junto aos donatários das capitanias, principalmente em Salvador. Conta a História que alguns desses trabalhadores se transformaram em fazendeiros, donos de engenho e gente de bem não só em Salvador, como nos sertões da Bahia.
Em Portugal há uma expressão muito popular: Falam " à boca pequena" que... Você a conhece? Não?! Pois bem, quer dizer que: "corre o boato que" ou " falar em voz baixa, contar segredo, passar informações em surdina" e por aí vai. Então, dois fatos me passados " à boca pequena" chamaram minha atenção. O primeiro deles: " Muitos estrangeiros no Brasil registraram seus filhos acrescentando o sobrenome Guimarães, assim , aleatoriamente, tomando emprestado o nome da cidade de Portugal , onde viveram um certo tempo, antes de vir para o Brasil".O segundo fato: "Portugueses de classes inferiores, ou que não tinham sobrenome e vieram para o Brasil, em geral, adotaram ou lhes foram impostos sobrenomes da cidade, da vila ou aldeia de onde vieram"...
Não sei até que ponto tais informações podem ser verídicas ou ou não. Não sei também como provar a verdadeira origem do meu ancestral nº1. Ponho-me, então, a pensar, e vejo a seguinte cena :
Fim de novembro no cais do porto de Lisboa, em 1807. Estava chegando a data da partida da Família Real para o Brasil, fugindo do provável ataque de Napoleão Bonaparte à Corte Portuguesa. Aqui aportaram em 1808.. Vejamos:
Azáfama! Gente embarcando às pressas, confusão! Uma fila de gente que deveria se registrar ainda, antes do embarque... O recrutador/anotador chama o primeiro da fila, dizendo :" Seu nome e de onde vem?" "Manuel Silas, venho da vila de Pacheca em Lisboa", responde o inquirido. "Pois bem, seu nome no Brasil será Manuel Silas Pacheco! Pode ir, seu Pacheco!" gritando: O próximo! Vejo, então , um português claro, alto, meio jovem, de bigodinho, sorrindo, se aproximando: " Seu nome? Veio de onde?" " Sou José Cândido, venho da cidade de Guimarães." " Tá aqui" , diz o recrutador, assinando um papel e entregando -o ao rapaz. ''Seu nome a partir de agora, lá no Brasil, será José Cândido Guimarães. Pode embarcar. Certo?" "Certíssimo!" responde sorrindo o rapaz. Pega os seus pertences e correndo, vai para uma das embarcações...
Meu Deus!? Seria ele!? O meu ancestral!? Não sei...Vejamos:
Ele estava sozinho. Era talvez de uma classe inferior, mas tinha um sobrenome (Cândido). Saiu para trabalhar. Recebeu outro sobrenome ( Guimarães), conforme o uso da época. Fez parte da viagem da Corte Portuguesa. Pode ter desembarcado em Salvador, na Bahia. Anos depois, embrenhou-se pelo sertão, indo até Paramirim ...E aqui é... outra História...
Estou bastante inclinada a aceitar essa versão dos fatos. Com certeza!...
E por hoje acrescento: Sabem o que dizem em Portugal?
" Braga reza, o Porto trabalha, Coimbra estuda e Lisboa se diverte."
Postado por Glória Guimarães- Brasília, 28 de novembro de 2021
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