Querida Família Cândido Guimarães:
Hoje, dia 10 de maio de 2020, nosso país comemora o DIA das MÃES. Mãe é acolhimento. É colo. É carinho... E como estamos em casa enclausurados, por conta da quarentena imposta pela pandemia desencadeada pelo coronavírus, não há colo hoje. Pensei, então, em homenagear todas as mães da nossa família. As que já se foram. As que estão por ai. As mais velhinhas. As mais garotas. As mais saudáveis. As que não tem tanta saúde. Enfim, todas elas.
Uma velha crônica publicada no Ipameri Jornal da cidade de Ipameri, em 1960, e no Jornal Roteiro, de Rio Verde, no mesmo ano, foi o meu ponto de partida. Vamos a ela!
QUEM SÃO?
São dois ricos tesouros dos pais. Ambos chegaram como preciosos presentes para sua mamãe.
Ela, na cidade goiana ( Rio Verde),veio num risonho domingo de maio- Dia das Mães. E foi um belo e terno presente que sua mamãe já ganhou. Algum tempo depois, ele chegou. Aqui mesmo (Ipameri), no mês de janeiro, poucos dias após o aniversário da mamãe. Vieram ambos completar a felicidade de um lar cristão e feliz. E quanta alegria têm proporcionado a seus pais. Quanta!
Têm nomes compostos, sendo que o segundo foi dado em homenagem- o dela, a uma grande amiga da mamãe, e - o dele, a um amigo do papai. Ela conta quase três anos. É alegre, irriquieta como uma saltitante borboleta, às vezes manhosa e birrenta, embora não seja adulada em demasia pelos pais. É morena, olhos pretos como duas jabuticabas maduras.E muito parecida com o papai. Os cabelos são pretos e compridos, gosta deles amarrados com um laçarote de fita, fazendo um rabinho. É vaidosa demais, gosta de um vestido novo, bonito, e nunca esquece sua bolsinha quando sai a passeio. Brinca de roda, já sabe cantar "Atirei o pau no gato, tô, tô" e outras cantigas. Seu brinquedo predileto é um cachorrinho de pelúcia amarela que, por sinal, está velho, amassado e feio. Mas para ela está lindo e é com carinho que o carrega ou o faz dormir.
Ele completará, agora, dez meses. É apenas um botão de flor! É gorduchinho, risonho, brincalhão e muito levado. É bem claro, olhos azuis esverdeados, cabelos pretos, abundantes (já foram cortados quatro vezes) e, na testa, um bonito topetinho. Quando sorri, mostra-nos seis dentinhos. Ainda não sabe falar, nem andar, somente engatinha e, mesmo assim, quanto trabalho dá ao povo da casa! Não é chorão, porém grita e esperneia quando sua comidinha não sai à hora certa. É muito guloso. Gosta imensamente de um banho morno... É feliz, pois é sadio e só sabe brincar, comer e dormir. Quem não é feliz quando a vida está apenas despontando, quando se é um bebê ou uma mimosa flor de três anos de idade?
Quem são? Não sei... Sei somente que são a alegria dos pais, o raio de sol que brilha em sua casa- a felicidade enfim. Um lar sem criança não é um lar de verdade, falta-lhe aquela magia que só o sorriso da infância sabe dar.
Você, Mãe, que também foi abençoada por Deus, e teve a graça de receber um tesouro - quer seja ele menino ou menina, clarinho ou escuro, mais rico ou mais pobre - verá que aqui deixei o esboço de um retrato de seu próprio filho...
Ipameri, 20 de novembro de 1960 - Maria da Glória Guimarães Dias
..................................................................................................................
Aqui vale uma explicação: A terceira parte do meu tesouro só me chegou em 1965, em Uberlândia, quando eu já morava lá.
Foi o terceiro raio de sol que entrou em nosso lar. E este completou a chegada da mimosa flor e do garotinho esperto. Ela veio como uma glória e uma prova de um amor tão grande do Tiba para mim.
Seu nome seria Cláudia já decidido por nós, desde o início da vida dela. Mas, poucas horas de nascida, embrulhadinha em uma manta cor-de rosa, ela dormia.Velada por mim e o Tiba. De repente, ele diz:Vou ali. E saiu. Algum tempo depois,volta . Todo sorridente, me entrega um papel dizendo: Já fiz o registro e... e...mudei o nome dela! O quê? Meu coração disparou. Que nome, meu Deus?! Por quê? Como? Então, sorrindo ainda, ele me responde, olhando em meus olhos e abrindo a folha do registro de nascimento: Glória, como você. As duas merecem o mesmo nome .E foi assim, emocionante assim, que esta criança amada herdou o meu nome que o Tiba escolheu. E ela e as outras duas crianças herdaram o sangue e o coração generoso do Tiba. Isso não tem preço.
Vejam ali abaixo,eu e meus filhos na praça Tubal Vilela, em uma manhã de sol . Era um Dia das Mães do ano 1966.
Quem são eles? Agora posso dar uma resposta: Gláucia Mirtes, Douglas Cícero e Glória Mirtes.
O tempo passou.
Eles cresceram. E há quarenta e nove anos estamos em Brasília.
Vejam aqui, à direita, Dia das Mães do ano 2016. O Tiba - Tibúrcio- ainda estava presente entre nós,embora não esteja na foto. Mas não estou sozinha nos dias atuais. Agradeço muito a Deus por contar com o tesouro inestimável que Ele me deu: a presença dos filhos, Gláucia, Douglas e Glorinha E dos netos Pedro Henrique, Mariah e Bruna.
Mães queridas da minha Família Cândido Guimarães, Feliz Dia das Mães, ano 2020!
Repasso a vocês o poema ROSA de autoria da minha filha Glorinha quando tinha apenas onze anos. Talvez ela nem saiba que eu o tivesse guardado. Para mim, tem uma simbologia grande...
Gosto da rosa branca/ que nasceu no meu jardim
Gosto mais de sua mãe/ que criou você pra mim
Quem criou você pra mim/ Foi sua querida mãe
Que nasceu no meu jardim/ E me deu você pra mim.
Ela deu você pra mim/ Pra morar no meu jardim
Pois não sabia como criá-la/ E me deu pra ampará-la.
Brasília, 10 de maio de 2020 - Maria da Glória Guimarães Dias
Postado por Glória Guimarães no dia 10 de maio
Lindo texto,realmente um lar com criança é muito mais feliz e mágico. o dia das mães 2020 foi diferente, sem abraços apertados e crianças beeem creeescidas, mas a magia estava no ar com máscaras e abraços cotovelados.
ResponderExcluirDeixe o seu nome , quando comentar, por favor.
Excluir