14 setembro 2021

UM GUIMARÃES - POETA



   

Guimas Guimarães
E Platão disse: " Não há ninguém, mesmo sem cultura, que não se torne poeta quando o amor toma conta dele."

     Ser  poeta é falar com a alma. Falar com a alma as coisas simples da vida de modo que suas palavras eternizem seus sentimentos. Por isso, ser poeta  não é para qualquer um. E este Guimarães sempre pautou sua vida dentro dos limites  da bondade, da compreensão, do carinho, do Amor. E sempre soube transmitir sua sensibilidade tocando os sentimentos alheios com suas ideias, seus atos e suas palavras . 
Guimas e família
   Pois bem, estou falando de um Guimarães muito querido por mim. Sim, falo de Guimas Guimarães, meu irmão; décimo primeiro filho de Zuquinha- José Cândido  Guimarães e o terceiro  de Teresa Lopes Guimarães . Falo de um menino que caiu da goiabeira e "destroncou" o braço  direito, carregando o defeito por mais de oitenta e oito anos . Destroncou (deslocou, saiu da junta ou da articulação) era o termo  que nossos pais tentavam nos explicar  o que acontecera com o Nenzinho aquela tarde quando  chegou chorando do fundo do quintal... E o Guimas, além de Nenzinho, já foi chamado também   de "I"(i) simplesmente I. Quem será que lhe colocou tais apelidos? Eu não sei, e ele, talvez, nem se lembra do fato.E o Sherlock me disse que no Gammon, em Lavras o apelido dele era Melote. É verdade, Guimas?

   Estou falando também do Guimarães que não ostenta  Cândido    em seu nome, mas que é o mais parecido com o nosso pai, José Cândido Guimarães, não só em seus traços fisionômicos, como nos gestos e habilidades que gosta de mostrar. Fazer mágicas é uma delas. Inventar situações inusitadas , compor músicas, adivinhações, brincar com as palavras nos slogans que criava para competições televisivas e radiofônicas:"Biscoito é Tostine; o resto é bolacha."  Na foto à direita, mostro-o entre os irmãos Guimar, Guiman, ele, Ademar, Verson e Gerson, só para comprovar o que eu disse -o  mais parecido com "seu" Zuquinha. Foto aqui abaixo👇 
Zuquinha-ano 1903

Falo também do menino  que saiu de Palmeiras, onde morávamos quando crianças,  para estudar em Rio Verde. E do jovem Guimas que foi estudar em Lavras, Minas Gerais, no Instituto Gammon- Escola de Rapazes, com os companheiros Waldir, Tcheco Portilho, Sherlock Holmes e outros que se tornaram seus amigos ao longo da vida. E digo mais, saiu de Rio Verde de uma vez por todas. Nunca mais voltou a morar em sua cidade natal. 
A vida lhe desenhou caminhos vários  que precisou desbravar e Belo Horizonte foi o seu Porto Seguro. Belo Horizonte, onde sua vida profissional despontou, cresceu  e se aposentou. Belo Horizonte, a cidade onde encontrou Maria do Carmo, a Zazá, uma baixinha alegre, carinhosa que lhe deu a filha Maria Tereza  e o seu amor por tantos e tantos anos.
Guimas, Gamas, irmãos
   Veja aqui à esquerda 👈 o doce sorriso de Maria do Carmo, a companheira que faleceu em 2017. E à direita, 👉Guimas e Maria do Carmo com o irmão Gamas e cunhada Eni.
 
Quero agora  mostrar o Guimas Poeta, em uma de suas criações, falando de sua cidade.
Rio Verde_ Praça 5 de Agosto

Quando eu disse que ele saiu de Rio Verde de uma vez por todas não significa  que ele tenha abandonado, repudiado sua cidade natal. Rio Verde está em seu coração. É  sua alma poética que nos afirma o fato.


Lembranças e Saudades de Rio Verde
               Guimas Guimarães- 1992
Saudade...coisa da vida/ Lembrança de você, Rio Verde querida.
Saudade de minha infância/ Saudade de mim criança
Doces lembranças.../ De bola de meia/  de pique,/ de um papagaio lá no céu/ rabiscando as nuvens...

Lembranças da escola/ de professoras, professores.../ Gente formando gente! Que beleza!/ saudade  coisa gloriosa,/ mas também misteriosa,/ que às vezes nos faz chorar/ Com o simples relembrar...

Lembrança da rua lá de baixo/ E da casa em que nasci!/ E me vem a pergunta: por que cresci?!
Laranjas amarelinhas
Lembrança daquela  outra casa/ Do seu quintal/ do  imponente pé de tamarindo.../ lembrança até daquela laranja amarelinha/
Desafiando a gente/ lá no alto, na pontinha  do galho!
Tamarineiro da casa da Dadá
   
  Lembrança daquele pasto,/ do outro lado do córrego do Sapo/ Daquele terreno plano/ onde eu e outros moleques/ disparávamos nuns cavalos em pêlo/ disputando corrida...

A disputa dos moleques
(Quase sempre eu era o último a chegar,/ mas não me importava,/ porque o Bebé, meu irmão / era sempre o vencedor. E todos tinham inveja dele).

     Belas imagens que ficaram!
E novamente me pergunto:/ Por que a gente cresce? / Só para ver o tempo correr? / Esse tempo que tenta empoeirar/as risonhas lembranças da infância? 
 
Saudade de minha juventude/ de minha mocidade / lembrança do tempo em que parti,/ buscando horizontes de novidades...
Meus olhos olharam para trás/ e imaginaram você, Rio Verde,/ desejando-me felicidades,/ Com um lenço branco acenando./ Meus olhos orvalharam/ E ainda com eles lacrimejando/ desci noutra cidade.

Acompanhou-me a lembrança/ de um rio de liberdade,/ que deixei pela metade...
Lembrança de um rio tão verde/abraçando o sol da esperança!
Saudade... coisa da vida/ lembrança de você,/ Minha Rio Verde  querida/ Saudade de minha infância/ Saudade de mim criança...
Rio Verde- Atual

                De tempos que não voltam mais!...

                Mas o meu consolo é você,/ Minha querida Rio Verde:
                Eu cresci e você também cresceu,/ minha princesa...
E ficou linda demais!
Rio Verde- Praça 5 de Agosto

Esse é o Guimas, poeta saudosista, amoroso, cantando as doces lembranças de uma fase da vida que jamais esquece-sua infância na cidade natal. Agora, completando seus 92 anos de existência tenho de reconhecer que ele sempre foi um grande artista. Dono de uma bela voz, apresentava-se nas principais mídias de BH, dramatizando as crônicas de sua autoria, as minhas e de outros participantes dos programas românticos que comandava, além de narrar futebol...foi quase um Galvão Bueno, naqueles áureos tempos da juventude. 
Tostão, o ídolo
Falando em futebol, Guimas é Cruzeirense de coração até hoje. E  o jogador Tostão sempre foi o seu ídolo. Ele, pai de Maria Tereza, acostumado às notas clássicas de músicas de piano e aos passos de balet que a filha fazia, viveu uma inversão de valores, quando recebeu seu sobrinho José Wálcio em casa, quando foi estudar em BH. O sobrinho, mal saído da adolescência, encontrou no tio torcedor o par perfeito para a cumplicidade de vida. O sobrinho se tornou também cruzeirense e ambos viveram grandes emoções: conhecer de perto os heróis de cada um, sofrer as derrotas ou vibrar em dobro nas vitórias do time .Wálcio hoje é médico e fez do esporte uma parceria de vida. Já falei sobre o assunto quando abordei a história  Os Guimarães no Esporte- Futebol.
Quero ainda falar do carisma de Guimas pelos pequenos e grandes acontecimentos de nossa infância, em Palmeiras de Goiás, nas primeiras férias de sua vida, quando me fez conhecer a magia do Natal.
Filha, genro, netos
Maria Tereza nos tempos de balet
 A mim e aos irmãos mais novos. Foi ele o responsável por encontrarmos em nossos   sapatinhos, naquela manhã de 25 de dezembro, os belos presentes que Papai Noel nos deixou: carrinhos, bolas coloridas e uma boneca que jamais esquecerei do jeitinho dela! Que emoção! Que alegria pela visita de Noel na calada da noite! Muito tempo depois é que descobri  a verdade do fato. Obrigada, Guimas, pela sua doçura, por fazer daquele dia um dos mais belos da minha vida... E por ter participado conosco, Luizinho, Ademar, Gamas,Verson, Gerson e eu, seus irmãos mais novos, de tudo o que vivemos naquela data.

Falando em Natal, está aqui um poema que Guimas sempre apresentava em seu programa na Rádio Itatiaia. Motivo de orgulho para seus ouvintes:
             Oração de Natal de um Órfão de Guerra- poema de Orlando Cavalcante.
Papai Noel, você que não se atrasa /Na visita anual que faz a terra/ veja se faz voltar à minha casa/  O meu papai que foi brigar na guerra! /Você que pode muito mais que a gente / e tem uma força sem igual,/ bem podia me dar esse presente / na noite milagrosa de Natal. /Eu tenho o coração feito em brasa/nesta hora triste em que rezar eu venho /Todos têm seu papai dentro de casa,/ Só eu, Papai Noel, é que não tenho.

Ele partiu em uma noite estranha/ Que da lembrança nunca mais me sai/ Disse que ia brigar lá na Alemanha/ e, desde então, não vejo mais papai.../ Ele escrevia sempre. Mamãe lia/ suas cartas, baixinho, devagar: "Eu voltarei em breve- ele dizia-/ que esta guerra está prestes a acabar."/ Depois... passaram meses, muitos dias/ notícia alguma de papai nos veio. /E mamãe na maior das agonias/ esperava a passagem do correio./ Nada vinha! O silêncio era completo,/ e porque até hoje, não sei bem/ Mamãe passou a vestir de preto/ e nunca mais sorriu para ninguém./

Até que enfim, com a última batalha,/ Só de lembrar o coração me dói/ o correio nos trouxe a medalha/ Com as cinco letras da palavra- HERÓI/ Por que será, Papai Noel, me arrasa/ Essa coisa que a alma me corrói:/ Se os tais de  heróis não voltam para casa,/ Será que vale a pena ser herói?/ Papai Noel, meu santo e bom Paizinho, meu coração lhe pede sem revolta/ E eu sei que você vai dar um jeitinho/ E me mandar o meu  papai de volta...
..........................................................................................................................................                          
E dormiu abraçado com o retrato/ Seu sono manso, plácido, infantil
E encontrou, de manhã, em seu sapato/ Uma enorme bandeira do Brasil!
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Wálcio Cruzeirense
Um recadinho para o Guimas: Você pode gravar esse antigo poema para eu guardar para a posteridade sua  bela voz aqui,  em um vídeo?  Sinta-se a vontade para nos dizer SIM ou NÃO. Vamos aguardar sua resposta.
 Por hoje  me despeço de você com um grande abraço, pedindo a Nossa Senhora muitas bênçãos de saúde para você e família nas  pessoas de Paulo Henrique, Maria Tereza, Leonardo e Gabriela.

GALERIA DO GUIMAS
Seu Bem-querer


Gente que adora o Guimas
                                                                                                                                                                                        Gente que já se foi... Gente que cresceu... Gente que está aqui...Todos os que amam o Guimas...







Bodas de Prata da filha

Sobrinhadas e tio
Nós te amamos, Guimas
Irmãos e cunhadas de Guimas
Guimas, M. Tereza e Leonardo

Gilma, ele e Maristela



Sobrinhos e irmã


Familiares: Gláucia, Josafá, PH, Glória, Mariah

Irmão Delly, Lúcia e filhas













Guimarães e Leão Guimarães

Irmandade Guimarães











Que frio é esse, Guimas?
Sobrinho Cícero
Nos tempos da pandemia
       
Os Guimarãezinhos que cresceram...

Irmã Dazinha


Nazinha-irmã

Pais, irmãos,amigos

Visitas de sobrinhos para você e sua família

Reunião Fraterna
A galeria ainda vai continuar... espere!


Postado por Glória Guimarães, no dia 14 de setembro de 2021












            


04 setembro 2021

MINHA VIDA DE PROFESSORA-PARTE - 1


 

" Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades  para a sua própria produção ou a sua construção"- Paulo Freire, o grande educador brasileiro.

Ensinar é uma vocação. É uma profissão inspiradora. E foi a profissão que escolhi para a minha vida. Nela batalhei por quase quarenta anos e nunca me arrependi de ter sido professora. 
A foto ao lado👈 é do final de 1952, quando me formei em Ipameri, Goiás.  E no ano seguinte já lecionava no Grupo Escolar Eugênio Jardim, em Rio Verde, minha cidade natal. E, a partir daquele ano, 1953, até 1991, data da minha aposentadoria, fiz minha história  nas salas de aulas de muitas cidades por este Brasil afora, até chegar a Brasília, onde me aposentei, e onde resido até hoje.
Professores passam por nós em diferentes momentos e, muitas vezes, são responsáveis por nos inspirar nas escolhas profissionais que fazemos. E a professora Lígia Maria Coelho Rebêlo foi a minha inspiradora no Ginásio Martins Borges, de 1947 a 1950. Na foto à esquerda, do ano 1948,   dona Lígia e outros professores entre nós, parte de alunos da primeira turma. Professora Lígia é a senhora de cabelos pretos atrás de M. Afonsa e Terezinha, alunas da frente, lado direito.     
Na segunda foto abaixo, dona Lígia está entre alguns ex-alunos, 50 anos após, ano 2000, em Goiânia, onde morava. Hoje é falecida. Os alunos Francisco Carvalho, Herman  Lima e Lacy Barros, também moradores de Goiânia, foram os responsáveis pelo encontro. Eu, Gelva Costa e irmãos de Rubens Pimenta estivemos presentes. A turma toda amava dona Lígia... Herdei dela o amor pela Língua Portuguesa e me espelhei em seu carisma para me tornar uma professora não medíocre. 
Não sei se consegui ser um exemplo como  dona Lígia foi para muita gente. Confesso que  ela foi tão importante para mim que até sua logomarca, quer dizer, sua rubrica ao assinar nossas provas, eu tentei  imitar e usar anos depois...veja à direita, nossas assinaturas e a rubrica de dona Lígia- LmcR. 
Rubrica LmcR
A minha rubrica, anos depois ficou assim: MggD uma leve imitação de quem muito admirava...E hoje MggDias....
Fiz o Curso Normal em Ipameri, Goiás, no Colégio Nossa Senhora Aparecida. Em  Rio Verde, não havia curso normal desde que o Ginásio Martins Borges abriu suas portas em 1947. E agora apresento parte de minhas colegas de turma do Normal e de um tempo muito feliz da minha  vida...Vejamos!
Ano 1951

Ano 1952


Ano 1952
   "As lindas normalistas ,vestidas de azul e branco, trazendo um  sorriso franco...No rostinho encantador..." no jardim da cidade, antes das aulas. Aqui, à esquerda, Lúpia de Faria, Lília Merheb, Glória Guimarães, Ivanilde, Teresinha, Aparecida Moreira e Erúbia .Na foto de 51, Lúpia, Lília, Glória e Teresinha Ribeiro. Ali abaixo👇 à esquerda: Lília Merheb, Aparecida Moreira, eu atrás, Lúpia de Faria e  Ivanilde. Bem na frente, Erúbia e Teresinha de Sousa. Na segunda foto de 52, Ubiracy Oliveira, Maria Hilma Ceva, Glória, Lília  e Erúbia. Havia ainda Aparecida Marot, Lúpia, e Aparecida Moreira ausentes nesta foto.

Ainda 1952
Aqui cabe uma explicação: Acredito que foi o destino que me encaminhou a Ipameri. Pois foi ali, justamente em 1951, que conheci o meu Tiba, companheiro de vida a dois por mais de 60 anos e incentivador da minha vida profissional.
Chegando o ano 1953, eu já era professora em Rio Verde. E foi no Grupo Escolar Eugênio Jardim, na rua Rui Barbosa, um prédio imponente, hoje reformado e que abriga  parte da Universidade  da cidade. Ali inicie minhas experiências na carreira que escolhi viver. Era diretora do grupo escolar a professora Dayse Carmo de Moraes. E várias professoras conhecidas foram colegas: Janeth Campos, Elza Macedo, Fiuquinha Leão, Teca Cunha, Gélcia do sr. Darlot, Luísa Araújo, Dalva Leão e irmã Luísa Leão,  entre outras. 
Recebi a classe do 4º ano que seria  da professora Iracema Velasco, se não tivesse se aposentado aquele ano. E a classe foi o diferencial marcante na minha vida: nunca fui alfabetizadora. Sempre trabalhei com alunos dos últimos anos do primeiro grau e com os do famoso Admissão ao Ginásio. Nos três anos de grupo escolar foi assim: meninos e meninas de nove a doze anos, ávidos por aprender e deslanchar na vida foram meus parceiros na empreitada. Uma rica experiência vivemos: aprendemos juntos e realizamos muitas atividades também juntos. 
Turma do 4ºano- 1953
 Ali, à direita, 👉 está a foto de um velho álbum organizado pela turma, cumprindo um projeto escolar orientado por mim. Cada aluno escrevia uma carta para um outro quartanista de uma escola do Estado de Goiás. Informava quem era e o objetivo da carta. Solicitava dados históricos e geográficos, fotos da cidade ou  da  escola. As crianças  aprendiam como expedir uma carta e ficava responsável pela expedição via correios e  por uma página do álbum quando a resposta chegasse. Assim era a mídia da época. As facilidades atuais de pesquisa e belas fotos do atual celular ou da Internet só viriam anos depois. Muito tempo  depois... Nossas fotos eram de simples Kodak. Não tínhamos recursos visuais bons como os de hoje, de última geração. Nem fotos coloridas (veja álbum). No final, organizaram as fotos 3x4, de retratistas profissionais, Sinhozinho e Nello Guimarães, os da época, para fixar no álbum. E  outras fotos de nossa simples câmera, com a professora pelas ruas e praças.
Os quartanistas de 53

No final do ano, ganhei deles o álbum, conforme a dedicatória assinada pela aluna Leila Maria Bonifácio, na contracapa. Minha emoção foi tão grande em recebê-lo que não titubeei em levá-lo comigo. Veja ali acima, á direita 👆👉Este álbum ficou comigo durante 68 anos. Daí o valor afetivo que me acompanhou. Durante esse tempo, ele me trouxe  belas e doces lembranças. Agora, em julho  de 2021, eu o repassei ao Colégio Estadual Eugênio Jardim. O grupo escolar não existe mais, ele cresceu. O progresso impõe outros caminhos. Que fique na biblioteca do Colégio. Lá é o seu lugar...
Eu e eles-Praça 5 de Agosto
Amizade deles


Continuado a minha História em fotos.

De novo: eles e eu



Ainda os quartanistas de 53
Ainda os quartanistas de 53
Continuando a minha história: atuei no grupo escolar até o ano 1956, quando me casei e saí de Rio Verde.  Entretanto, durante o mesmo período, atuei  no Ginásio Martins Borges, como professora de Português( dona Lígia se mudara para Goiânia), ao lado de alguns antigos mestres e outros novatos. Atuei também no curso noturno que o ginásio abrira  como Curso Básico, preparatório para o curso de Contabilidade. E, junto com os padres Agostinianos da paróquia, os espanhóis Padre  César  Rodriguez Martinez e Padre  Prudêncio Bonilha, educadores por natureza, conseguimos  reabrir as portas  da antiga Escola Normal Santa Rita de Cássia, onde atuei por dois anos como professora de Metodologia Escolar, repassando o que aprendi em meu curso Normal. Foi um tempo de muito trabalho, de muito aprendizado... 
A maior recompensa de experimentar as coisa novas que a vida nos oferece é a expectativa de realizar tudo com acerto. E isso me fez despertar o desejo de convenientemente me preparar para uma nova fase de minha vida profissional. O que ocorreria algum tempo depois.

  Fatos marcantes- O primeiro aconteceu em 1955 no grupo escolar Eugênio Jardim e teve repercussão anos depois em  Brasília, em 2011. Certo dia, Professora Dayse, a diretora, e eu recebemos  um garoto de uns treze anos e um recado do meu antigo professor do Ginásio, Dr Paranayba Piraptinga Santanna. No recado constava um pedido: O que podíamos fazer pelo garoto, mal chegado da roça, querendo estudar no Ginásio, sem ter os devidos comprovantes de ingresso, isto é, documentos que lhe garantiriam acesso ao estabelecimento de ensino. Pois bem, Dayse  e eu nem titubeamos. Aplicamos-lhe uma prova escrita  e outra oral, ambas de conteúdo abrangente do currículo escolar vigente e conforme o famoso Admissão ao Ginásio exigia. E o rapazinho se saiu muito bem. Sinal  de que a professora do interior, chamada Aurora, trabalhara bem. Ea força do "Querer é Poder" agia em favor dos desejos do garoto. Foi assim que Juvenal Antunes Pereira ingressou no Curso  Básico  de Contabilidade do Ginásio Martins Borges e nunca mais parou...
Juvenal na Academia

Juvenal recebendo o galardão acadêmico
   
Juvenal- escritor
Em 1956, deixei  o jovem Juvenal como estudante do Martins Borges e nunca mais o encontrei. Somente em 2011, conforme  mostro nas fotos desta página: na dedicatória de seu livro Coletânia de Textos Esparsos, sobre política, cultura, sociedade, os Maçons, insatisfações do povo e a realidade da vida. E há outros livros, outros trabalhos;  recebendo o galardão de minhas mãos na noite de sua posse na Academia de Letras de Brasília; no seu discurso de posse quando se referiu a mim e me convidou para lhe colocar o galardão acadêmico e posando com minha família.                  
Juvenal e minha família

 O menino do interior, o soldado, o maçom, o magistrado, o acadêmico livre pensador, tornou-se escritor de textos elucidativos e pedagógicos. Saindo do ginásio, ingressou na EsSA-Escola de Sargento das Armas, em Três Corações. Foi militar, portanto. Formou-se como advogado e foi procurador do Distrito Federal, além de ser diplomado pela Escola Superior de Guerra. Na Maçonaria, exerceu  e exerce ainda cargos importantes e por aí vai.. Acredito que tenha realizado tudo o que desejava... 
Em seu discurso de posse, Juvenal fez referência a sua primeira mestra Aurora e não se esqueceu do trio, Dr Paranayba, professoras Dayse e Glória, os responsáveis pela abertura do caminho que iria trilhar. Na minha vida de Professora, tal fato representa um diferencial marcante. Feliz é o mestre que estende a mão, que inicia um diálogo e encaminha alguém para a aventura da vida...

Profa. Teca
Outros fatos marcantes estão registrados no velho álbum que agora pertence ao Colégio Estadual  Eugênio Jardim. Vamos a eles!  
- Participação da escola aos desfiles cívicos de Sete de Setembro e Cinco de Agosto, respectivamente Independência
Profa. Dalva Leão

 do Brasil e Aniversário de Rio Verde
.
- Espírito cívico e o social eram trabalhados ao mesmo tempo nos eventos realizados no âmbito da escola, por exemplo, Concurso da Rainha Infantil da Escola. As candidatas eram crianças da sociedade ou pertenciam à comunidade escolar. Tenho lembranças registradas do ano 1954, registradas no  Velho Álbum. Candidatas: Luisinha, filha de Carlos e  Zibém Pimentel; Lucy Marques, irmã de Lygia Marques, minha ex-aluna; Vera Lúcia, sobrinha de Vivida Ferreira; e Clarice, filha de Juventino Ferreira de Castro (seu Fiúco) e Madalena Ferreira de Castro. Clarice foi a vitoriosa. Por onde andam as garotas daquele concurso, tão lindo, que realizamos no Grupo Escolar Eugênio Jardim? Que o tempo possa nos mostrar pessoas felizes e realizadas na vida!
Clarice, a vitoriosa.

Luisinha

Clarice

Lucy

Vera Lúcia
-Outro fato marcante que será sempre lembrado : a imponência do prédio do Grupo Escolar  
 Eugênio Jardim que ficava na rua Rui Barbosa. Hoje, já completamente demolido e reconstruído, obedecendo às imposições do progresso: abriga parte da UNIRV- Universidade de Rio Verde. Entretanto, suas salas de aula abrigaram um número incontável de pessoas, crianças e adultos, que se fizeram na vida. Dos janelões frontais descortinava-se um mundo que sabíamos imenso e que queríamos alcançar, uns (nós), pela força do nosso trabalho; outros, pela força que a instrução e a educação podem oferecer.
 Por que Eugênio Jardim? O nome foi dado em homenagem ao brasileiro, nascido na cidade de Goiás, 6 de outubro de 1858 e que faleceu em 1926: Eugênio Rodrigues Jardim. Militar da Arma Cavalaria e político que governou o Estado de Goiás. Construiu estradas, inaugurou fábricas de tecidos, além de 125 grupos escolares por todo o  Estado, um deles em Rio Verde. E muitas coisas a mais. O antigo Grupo Escolar hoje Colégio Estadual Eugênio Jardim faz jus ao nome que tem.

 -Mais um fato inesquecível- este aconteceu no Rio de Janeiro, mas repercutiu pelo Brasil inteiro e  pelo mundo-A morte do presidente Getúlio Vargas, no dia 24 de agosto de 1954. Em Rio Verde, já era professora no Martins Borges e estávamos em sala de aula, quando a notícia nos chegou, via rádio, edição extra do Repórter Esso: Morte do Presidente, suicidou-se com um tiro no peito!  A mídia da época era esta: rádio, jornais que chegavam com atraso, revista O Cruzeiro com as reportagens. E fomos tomados pela emoção ouvindo a leitura da Carta Testamento, mensagem da despedida de Getúlio, que em certo trecho dizia: " Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser o meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida... Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida  para entrar na História." As notícias veiculadas pelas rádios chocaram a nós  e ao país inteiro. Confusão!  Tristeza! Não sabíamos  de imediato o que estava por vir e o jeito foi esperar  pelos acontecimentos. Hoje eu penso que a carta- testamento não é um lamento, mas um manifesto político . Ela não deixava dúvida como o gesto do presidente deveria ser entendido: reação aos golpistas e uma sinalização para o Brasil encontrar-se com sua soberania, com o desenvolvimento e com o equilíbrio social. Afinal, Getúlio cumpriu o que havia prometido ao país dias antes. Eleito pelo povo, só sairia morto do palácio do Catete.

Cáceres-2º BLFRON.
E a minha história não pode parar - Chegou o ano 1956! Em julho, casei-me e fui morar em Cáceres- Mato Grosso. Uma cidade às margens do Rio Paraguai, na microrregião do Alto Pantanal, sendo uma das principais cidades. Faz fronteira com a Bolívia. Destaca-se no turismo por causa do Rio Paraguai e afluentes, que apresentam  grande  potencial de pesca em evento mundial de Pesca Esportiva em águas fluviais. É sede  de um Batalhão  de Fronteiras, de responsabilidade do Exército Brasileiro, o 2º BL FRON, onde o Tibúrcio foi servir como Sargento, recém saído da EsSA- Escola de Sargento das Armas. E recém casado. O batalhão era comandado pelo Cel. Demóstenes  Américo da Silva. 
Na foto acima, cinquenta anos depois,  Tibúrcio já oficial da reserva no posto de Ten. Coronel (ele faleceu no posto General de Brigada), retorna aos portões de entrada, relembrando o dia de sua  chegada ali.
O batalhão de fronteira tem como objetivo central  preservar as fronteiras do país.  Cáceres  tem uma área fronteiriça muito grande e possuía muitos distritos na área. Alguns muito distantes. Criou-se, então, destacamento nos pontos estratégicos. Destacamento, no meio militar, é uma parte de sua organização principal para cumprir uma missão em outra área, com efetivo reduzido, conforme exija a situação. Assim, eu me lembro de destacamento nos distritos cacerenses de Fortuna, Casalvasco, Corixa, Porto Esperidião, antes chamado Salitre, às margens do Rio Jauru, e outros.
Quartel e meu lar
Porto Esperidião-ano1957

Permaneci em Cáceres por pouco tempo. Isto porque o Tiba fora convidado pelo Cel Demóstenes  a comandar o Destacamento de Porto Esperidião. E assim, no início de 1957, uma nova aventura já estava desenhada para mim e Tiba. Ele, o comandante, e eu, a professora já nomeada pela Secretaria de Educação de Mato Grosso. Senti-me como uma desbravadora pelas circunstâncias inusitadas que tive de enfrentar e viver. Vejamos as fotos: A casa de duas janelas, à esquerda era um posto dos correios e residência do agente, sr. Moisés. Ficava  próximo a ponte recém construída  do Rio Jauru. E fora ali o posto telegráfico construído pelo Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon em 1906, dando origens ao povoado. 
A foto abaixo, mostra a  minha rua, o prédio do quartel e uma casinha branca, anexa, residência de um dos soldados da tropa. Frente ao quartel, onde são vistas estacas de cerquinhas, uma praça. E aqui à direita👆, o prédio do destacamento, ao mesmo tempo, quartel e o meu lar. Construção de madeira na parte superior, quatro cômodos e varanda em volta, e um sótão. Este sótão, conforme pude apurar, era casa de rádio dos militares, no tempo da  última guerra. Embaixo, parte de alvenaria. Subindo a escada lateral, onde eu e Tiba estamos, está a cozinha; e atrás, não se vê na foto, o banheiro. Essa parte ficava aquém da varanda que circundava os quatro cômodos centrais. O lugarejo era abastecido com água do Rio Jauru, carregada pelos moradores ou por transporte em carroça-pipa, caso do quartel. Energia elétrica  era fornecida pelos motores do acampamento do Departamento de Estradas e Rodagens com sede ali, atrás das dependências do quartel

 A escola situava-se pertinho do quartel, em uma rua lateral. Não tenho fotos, infelizmente...Prédio de alvenaria, um salão grande, com carteiras espalhadas, um velho 
Eu e Tiba na ponte R. Jauru

Próximo ao quartel
quadro negro e um pote de água com dois copos. De lado da parede central, um comodozinho com uma prateleira e alguns papéis. Banheiro para todos?! Não existia. No salão, encontrei um professor, sr. Francisco, e todos os alunos, juntos e misturados... muitos, não me lembro quantos. E vi aqueles rostinhos e olhos ávidos, quase todos amorenados, de um  bio tipo diferente de brasileiros, esperançosos, querendo saber o que iria acontecer dali em diante... E eu também. Não receosa, aflita apenas, desejando encontrar um caminho no qual pudesse trilhar, e me realizar. E encontrei. Na pessoa do meu companheiro, Tibúrcio, um desbravador também, o sargento / comandante. Ele e sua tropa: um cabo e três soldados e o aval do coronel Demóstenes fizeram a diferença. Construíram dois banheiros, as famosas "casinhas" nos fundos da escola. Como disse, no povoado não havia água encanada; pintaram o prédio, repararam as velhas carteiras; adquirimos filtros no lugar dos potes e assim iniciamos. Com livros, lápis e cadernos que as crianças já vinham usando e o velho quadro na parede. Agora, com vontade e coragem de vencer. Criamos dois turnos na escola , o meu de manhã, alunos " mais adiantados" segundo  escolheu o professor; o dele, à tarde, dos "iniciantes". 
 Ah! os meus alunos! Quanta doçura, quanto carinho, quanta saudade só de me lembrar: alguns brasileiros, filhos de funcionários do Departamento de Estradas e Rodagem ou de família antiga da região; crianças paraguaias de uma família de comerciantes que se aportara no povoado; meninos e meninas bolivianas ou filhos de índio boliviano, a maioria. Uma clientela que preencheu a minha vida e me deu suporte para desenvolver o meu trabalho.
 E assim iniciamos  o nosso tempo escolar: a criançada, o professor Francisco e eu. A escola passou a ser  o centro de várias atividades, além da algazarra de vozes estudando, brincando ou cantando. O salão de aula era o único salão do povoado. Por isso passou a ser ponto de encontros sociais dos pais e amigos à noite, nas festinhas musicais. A parceria com o quartel rendeu pontos positivos para eventos de civismo, esporte e até religioso. Vejamos! 
Time  de vôlei na pracinha frente ao prédio do quartel. 
Pais, amigos Tiba e eu
E como curtíamos os encontros, ao cair da tarde! Muitas vezes com a presença da meninada  da escola, aplaudindo os marmanjos ou fazendo aulas de ginástica. Veja a foto à direita: pais, amigos eu e Tiba. Éramos os jogadores principais. Aqui abaixo👇 a mocidade do time.
Parte do time
Nesta foto seguinte, à direita, 👉mostro um resultado fabuloso que alcancei com a  turma. A primeira comunhão ou, como se diz hoje, Primeira Eucaristia deles, preparados por mim e pelo 
Turma da 1ª comunhão
Professor  Francisco.O Porto não tinha pároco nem uma igrejinha. O Padre era de Cáceres e só aparecia em datas festivas, como esta.👉 Veja, tudo ficou registrado para a posteridade que já chegou... Lamento não ter anotado o nome de todas as crianças. Uma criançada muito feliz aquele dia! Lembro-me de Betinha, Carlinhos, Melissa, Anita, Ana...Júlia, a menina paraguaia. Quem diria  que eu  pudesse esquecer os nomes de cada um?! Ô memória!...

Bailado "Bolhas de Sabão"
A emblemática foto aqui à esquerda  👈mostra o bailado apresentado no final do ano pelas minhas alunas bem caracterizadas nas vestes coloridas, confeccionadas para a ocasião e portando balões também coloridos, simulando bolhas de sabão.  Eu conhecia a música e a coreografia, dos meus tempos de grupo escolar em Rio Verde. Cantar sozinha não é comigo, não tenho voz... sou " Maria vai com as outras"... Porto Esperidião tinha um carpinteiro que tocava violão e cavaquinho e ele me salvou. Ensinei-lhe a canção e montamos o espetáculo que, no final, emocionou uma plateia de pais e outras pessoas convidadas. A canção de autoria  de Rosalina Seganfredo, uma professora religiosa do Colégio Nossa Senhora de Lourdes, da cidade de Farroupilha-RS, ano 1917, dizia mais ou menos assim: "Como uma sombra perdida/ Que se desfaz na amplidão/ Tudo é efêmero na vida/ Como bolha de sabão"... E por aí vai... Não me lembro o restante. Mas me lembro de ter mostrado o que significava amplidão, efêmero e efemeridade da vida para aquelas meninas que apenas desabrochavam para a vida. Quisera eu saber o paradeiro de cada uma ou de todos eles, alunos. Por onde andam, o que fazem... Desejo muito que sejam pessoas realizadas, felizes.

Um fato marcante -Viajei várias vezes a Cáceres para resolver questões da escola com a administração municipal. Era complicado o trajeto. Saía de caminhão do Porto até um lugarejo chamado Campinas, onde se pegava  uma balsa para descer o Rio Paraguai, cerca de 7 km até Cáceres. A balsa fazia  uma viagem por dia, ida e volta. Não existia a ponte nova que hoje permite atravessar o Jauru dando acesso direto ao Porto. Certo dia, fui sem o Tiba fazer a travessia em Campinas. A balsa  havia partido minutos antes. E agora?  O que faço? Outra balsa só amanhã... E o meu compromisso não podia ser adiado. Eis que vejo descendo o rio uma canoa abarrotada de peles secas de animais  e o barqueiro remando na popa. Não tive dúvidas: " Ei, você aí, vai até Cáceres?" Ele confirmou. "Pode me levar? Hoje não tem mais balsa"... "Sei não, dona. Tá cheio...A senhora não tem medo?" Medo? eu tinha, mas disse que não. O barqueiro se aproximou de onde eu me encontrava, arrumou as peles, desocupando um lugarzinho na proa para eu me sentar, ajudou-me a entrar na canoa, dizendo que eu não podia me mexer muito para não virar a embarcação. E lá fomos nós vencer os sete quilômetros com as remadas vigorosas do barqueiro e com a força  das minhas preces silenciosas por causa do medo...Fico pensando hoje nesta aventura naquele rio , sem proteção nenhuma. Colete salva vida? Não existia...E eu não sabia nadar ainda... "coisa" que aprendi anos depois, quando me aposentei. Felizmente, deu tudo certo e hoje estou aqui, apenas contando para vocês.

A turma em 1957
O tempo voa e a vida da gente não pode parar.  E um novo desenho Deus fez para mim e Tiba,  abençoando -nos com a chegada de nossa primeira filha em maio de 1958 . Ela nasceu em Rio Verde. E depois com a transferência dele para Goiás, após três anos servindo em fronteira.
Nas voltas que o mundo  dá, pela segunda vez, voltei a Ipameri, sede do 6º Batalhão de Caçadores, agora pelos braços do meu Tiba e trazendo conosco nossa primeira filha.
 
Foto -1- Porto Esperidião-ano 2006

Outro fato marcante- Eu e Tibúrcio, comemorando nossas Bodas de Ouro em 2006, visitamos Porto Esperidião. Que surpresa! Uma jovem cidade, desmembrada de Cáceres desde  1986, tornou-se um próspero município, rico na  pecuária  e mineração.  Cidade  cheia de verde, alegre, quase nada nos lembrava aqueles velhos tempos. Ainda bem, coisas do progresso... da Educação ... da cultura... do trabalho do povo.
Vejamos! Foto 1- Uma pracinha muito charmosa; foto 2- ponte sobre o Rio Jauru, dos primeiros tempos, hoje degradada. Em contrapartida, foto 3- o posto telegráfico restaurado, mostrando uma nova história do lugar.
  E por fim, um reencontro muito feliz da professora com uma antiga aluna. A  aluna é Anita da Silva Miranda (4ª garota, direita para esquerda na foto acima- A turma em 1957. Anita também se encontra na foto do bailado- Bolhas de Sabão. Hoje, é uma cidadã de Porto Esperidião, tem seu lar  na Rua Nestor Cardoso, nº 229. Esta foto encerra um período feliz da minha vida.
Foto nº 3-Antigo posto telegráfico

Foto nº2- Ponte degradada-Rio Jauru












Foto nº4-Anita e Glória-aluna e mestra
E tudo o que vivi em Porto Esperidião, tudo o que pude fazer pela comunidade, tudo me dá a sensação de mais um dever cumprido. Não sei se fui exemplo para alguém, como a Professora Lígia Maria Coelho Rebêlo foi para mim. Isso não importa. O que mais importa é a gratidão a Deus por ter feito alguma coisa e me sentir realizada.

E a minha história  não termina aqui e agora. Ela vai continuar. Até lá, então!


Postada  por Glória Guimarães no dia 4 de setembro de 2021