24 agosto 2022

NAVEGAR é preciso. VIVER não é preciso.

Tibúrcio na EsSA - 1954
EsSA- Ano 1954/ Brasília- Ano 2022

O Sargentinho que passo a retratar aqui é  ele: o aluno 163 do Curso de Infantaria da EsSA, ano 1954; o camarada amigo dos eseanos de todas as Armas; o Esbelto Infante, assim chamado por alguns irmãos de Arma; a pessoa amiga de tanta gente que se espalha por aí; e, principalmente, o MEU AMIGO de todas as horas e o MEU COMPANHEIRO inseparável de tantos anos.

Ele é o CARNEIRO, nome de guerra na Escola em Três Corações, depois TIBÚRCIO para todos e TIBA para mim. Ali, à direita, 👉está ele na pose que ninguém pode colocar defeito, orgulhosamente ostentando a farda de Sargento pela primeira vez. Farda que soube sempre honrar em todos os postos por que passou, até chegar a Major na reserva em 1983, e posteriormente, a Ten.Coronel, Coronel e, por último, a General de Brigada.

Tibúrcio foi um militar exemplar. No final  do curso, convidado para ser monitor na escola, não quis assumir, optando pela fronteira Cáceres-MT. Em seus planos estava o casamento, direito que lhe assegurava a fronteira. Naquela época estava em vigor

Capitão Tibúrcio
uma lei que estabelecia que o sargento recém saído da escola só poderia se casar após cinco anos de formado. E ele tinha os seus planos já estabelecidos.

E o nosso casamento aconteceu no dia 2 de julho de 1956. Completamos 60 anos de união, de companheirismo, de amizade e muito amor, em 2 de julho de 2016. Nesse período todo, muitas coisas boas aconteceram. Foi época de preparação para o futuro e de muitas realizações. Acompanhei-o pela fronteira Brasil/Bolívia. Ele foi  como sargento, comandante de destacamento em Porto Esperidião-MT e eu, professora de crianças brasileiras, paraguaias e de filhos de índios bolivianos. 
Nossa família foi-se formando com a chegada dos filhos: Gláucia Mirtes, quase nasce em Cáceres, mas nasceu em  Rio Verde -Goiás. Douglas Cícero nasceu em Ipameri -Goiás. Voltamos a morar nesta cidade goiana, onde conheci o Tiba, soldadinho, antes de ir para a EsSA. Em 1961,vivemos a experiência da criação da unidade militar de Uberlândia-MG, onde moramos por quase dez anos; e, lá, a caçula da família, Glória Mirtes, veio ao mundo. Finalmente, em dezembro de 1971, aportamos em Brasília. A princípio, segundo os planos de família, seria por dois anos apenas. Entretanto, resolvemos continuar. E em Brasília ficamos. Nesta cidade criamos e educamos os filhos e nos realizamos profissionalmente.
Ten. Coronel-EsSA-2014
  Tibúrcio, tendo como exemplos, o Coronel Moacir de Araújo Lopes, admirado por todos os alunos da EsSA que se formaram sob o seu  comando, e o Coronel Demóstenes Américo da Silva, Comandante do 2º Batalhão de Fronteira, aonde foi servir ao sair da EsSA, adotou o lema defendido por esse militar: " Deus, Pátria e Família, a riqueza de todo o homem".  
 E foi o lema " Deus, Pátria e Família" o pilar que sustentou a sua vida. Vida que foi uma bênção divina para mim, meus filhos e meus netos.
Meu amado Tiba, pai de meus filhos e avô querido, no dia 8 de setembro de 2016, às 14 horas, cumpriu mais um dever de sua vida, obedecendo aos planos de Deus. Teve que partir uma vez mais, pois que ... "Navegar era preciso e Viver não era preciso"...

Hoje fico pensando no simbolismo e na força desta frase " Navegar é preciso, viver não é preciso" que nasceu assim: "Navigare necesse, vivere non est necesse" palavras ditas pelo general romano Pompeu, no século I a.C., precisamente no ano 70 daquela era, encorajando os receosos navegantes da antiguidade. Diz a História que os brados do general Pompeu ressoavam acima dos sons da tormenta do mar e do medo dos navegantes. " Navigare necesse, vivere non est necesse!", tudo ressoava vibrantemente, extraindo forças da necessidade de seguir enquanto  vida houvesse... E foi nesse contexto que o general venceu...
Anos mais tarde, já no século XIV, o poeta italiano Petrarca transforma a expressão criada por Pompeu, para "Navegar é preciso, viver não é preciso" tal como a conhecemos hoje. E que poetas como Fernando Pessoa e outros  falaram sobre o espírito  da frase e deram  as mais diversas explicações.
 E eu  me pergunto: Navegar é preciso? Sim. Navegar pelo oceano do mundo é mais necessário do que viver ancorado em um porto qualquer esperando a vida passar. E o Tiba sabia disso. E viver é preciso?  Sim, uma vez que viver é uma viagem feita de opções e transições. Viver só não é preciso quando  Deus nos chamar para o outro lado da vida. Ou ainda , quando navegar é sonhar, ousar, arriscar, realizar... Porque aí, NAVEGAR é  VIVER!  

Enquanto viveu, a presença de Tibúrcio neste mundo foi admirável. Tinha de ser militar e Infante, a principal força combativa de um exército. Por isso foi disciplinado, cheio de civismo patriótico e cumpridor de seus deveres. Foi um cidadão ético e um cristão de primeira linha. Sempre combateu o bom combate das causas nobres, da justiça e da caridade- a prática do amor.

E aqui estamos nós- uma pequena família, um tesouro valioso. Em sentido horário: Tiba-Tibúrcio, Glória, e Glória Mirtes. Douglas Cìcero, esposa Marta Luísa e as filhas Mariah e 
Bruna. Gláucia Mirtes, esposo Josafá de Araújo e o filho Pedro Henrique. Foto do ano 2012.


Esse texto  foi escrito em 2017, para atender  a um pedido de Ivan Castro de Sousa, amigo do Tibúrcio e seu colega de turma da EsSA- Escola de  Sargento das Armas- Ano 1954, que  desejava publicar algo sobre ele em seu livro Irmãos de Armas e de Almas. Livro que foi publicado em 2020.

 Como estou registrando no Blog da Família Guimarães minhas histórias de vida, aproveito para atualizar e finalizar este assunto.
  
Em família ano 2015

Uma das últimas fotos do Tiba-2016

 








Bodas de Ouro- 2006

Na EsSA-2014 - Oficiais- companheiros de turma.













Bodas de Diamante- 2016


Ano 2016

Na EsSA-2014
Coronel Tibúrcio na EsSA em 2014
Nossa primeira foto- ano 1951-Goiânia
Tibúrcio deixou exemplos notáveis de uma vivência em família de 60 anos. Por isso, eu, meus filhos e netos jamais o esqueceremos. Sua presença estará sempre em nosso coração passe o tempo que passar...

 E como diz na música " L'hymne à L'amour"  com Paroles de Edith Piaf e música de Marguerite Monnot e Eddie Constantino, um dia  qualquer  Deus nos reunirá onde ele estiver...

" Si un jour la vie t'arrache `a moi
Si tu muers, que tu sois loin de moi
Peu m'import si tu m'aimes
Car moi je morrais aussi
Nous aurons pour nous l'éternité
Dans le bleu de toute l'immensité
Dans le ciel, plus de problèmes
Mon amour, crois-tu qu'on s'aime
Dieu réunit ceux qui s'aiment."


Homenagem póstuma- ano 2016

Conheça agora a belíssima versão brasileira da música Hino ao Amor, realizada por Odair Marsano em 
em 1959, música cantada por Dalva de Oliveira, Maysa, Wilma Bentivegna e outros cantores famosos.
Se o azul do céu escurecer
E a alegria na Terra fenecer
Não importa, querido,
Viverei do nosso amor...

Se tu és o sol dos dias meus
Se os meus beijos sempre forem teus
Não importa, querido,
O amargor das dores desta vida

Um punhado de estrelas
No infinito irei buscar
E a teus pés esparramar
Não importa os amigos,
Risos, crenças e castigos
Quero apenas te adorar.

Se o destino, então, nos separar
E distante a morte te encontrar.
Não importa, querido,
Porque eu morrerei, também...

Quando, enfim, a vida terminar
E dos sonhos nada mais restar
Num milagre supremo
Deus fará, no Céu, te encontrar...
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 Brasília, 23 de agosto de 2022 - Postado por Maria da Glória Guimarães Dias                     



02 julho 2022

TEMPO DE BORDADEIRA ou UM NOVO / VELHO TIPO DE BORDADO

 Um Vestido Bordado - Uma História

Bordado por mim - Ano 1953
   Estávamos no ano de 1952. Cursávamos o último ano do Curso Normal no colégio das Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado em Ipameri- Goiás.
    Um dia, minha colega Lúpia apresenta-se vestida com um lindo vestido branco, de fustão, inteiramente bordado com as belíssimas garotas do Alceu.
   Em tempo: Alceu Penna era desenhista da revista O Cruzeiro, a mais famosa daqueles tempos. Suas garotas eram um dos trunfos da revista e nós, as garotas da época, éramos as fãs do artista. Os seus traços artísticos representavam a mocidade  feminina do Rio de Janeiro.

    Quão maravilhoso era o vestido da Lúpia! E mais maravilhoso ainda  porque ela dizia: "bordado por mim". Logo ela que não tinha tanta aptidão para os bordados  que éramos obrigadas a fazer no colégio. O ponto básico era  alinhavos  feitos no avesso do fustão. Esse ponto, cujo nome desconheço até hoje, já existia e lhe fora ensinado. Lúpia, com a sua criatividade, além dos alinhavinhos, usou o ponto cheio e o ponto de haste para fazer as expressivas garotas, umas morenas, outras loiras, algumas de cabelos curtos, outras de rabo-de-cavalo, rindo, sérias, enfim passou para o vestido as belas  garotas do Alceu. Um luxo!
   Aprendi com minha amiga Lúpia a técnica do bordado e aproveitei todas as dicas de sua criação. Foi assim que, no ano seguinte, bordei para uma amiga de Ipameri, Hilda Silva, um vestido com o mesmo tema: Garotas do Alceu.
   Passei a colecionar os desenhos da revista O Cruzeiro e com eles bordei um jogo completo para o meu enxoval de casamento: cama, sala e cozinha. Esse jogo fazia o maior sucesso quando o usava em minha casa de recém-casada, no ano de 1956, em Cáceres, Mato Grosso.
Antigo vestido da Hilda
Agora, recentemente, depois de mais de cinquenta anos, comentando com a Lúpia sobre os nossos bordados, veio o desejo de " ressuscitar" aqueles pontinhos que passarei a chamar de Alinhavos da Lúpia ... E qual não foi a minha surpresa ao receber da Hilda o vestido que eu bordara em 1953, embora um pouco amarelado pelo tempo. Depois de alvejado e bem passado pude fotografá-lo para vocês. Ei-lo, ali, à direita 👉

Em tempo: Escrevi esta história em abril de  2003, quando  pensei em ensinar o bordado. Hilda e eu  morávamos em Brasília e Lúpia, em Ipameri. Hoje (ano 2022), registrando esta postagem no Blog da Família, as amigas já não estão entre nós.

    Comecei, então, a produzir algumas peças com temas variados, só para ver se seria capaz de dominar a técnica aprendida. Aos poucos, surgiram: vestidinho para a minha neta com a turma da Mônica, almofadas com flores, paninhos de bandeja, toalhinhas com motivos variados, viras e lençóis para cama de crianças com personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo, outros...
Estou empolgada e gostaria de passar para outras pessoas a minha experiência e, ao mesmo tempo, homenagear a minha amiga Lúpia.
   Você também não quer propagar essa ideia? Como!? Aprendendo a técnica do bordado e realizando as mais diversas peças para o seu uso, uso de familiares e de amigos. Poderá fazê-las como "hobby" ou como profissional.
   
Em tempo: Pesquisei em inúmeras revistas de bordados atuais e na Internet e nada encontrei  sobre o tipo de alinhavo que faço no fustão. Encontrei alinhavados nisenses, da cidade de Nisa, e outros tipos  de bordados portugueses. Nas revistas atuais brasileiras, há muita coisa sobre alinhavos em vagonite que nada têm a ver com os nossos alinhavos, mais precisamente com os ALINHAVOS da LÚPIA.Veja abaixo um exemplo de Alinhavado de Nisa em Portugal. Também conhecido como Desfiado e Crivo. É feito em linho ou pano cru. Retirado da Internet.
Alinhavado  nisense

     Os alinhavos da Lúpia se prestam para adornar as mais variadas peças, por exemplo: vestidos infantis e para pessoas adultas; toalhas de mão e de mesa; joguinhos de berço, como  viras e lençóis; aventais, almofadas,  panos de copa e cozinha, quadros de parede, enfim tudo quanto a nossa imaginação nos permitir. Além disso, com os pontinhos mágicos podemos bordar múltiplos temas, entre eles: flores, frutos, bichinhos, aves, personagens de história, rosto de familiares, de pessoas famosas, de santos e por aí vai...
 Quer  ver alguns  dos exemplares que fiz?
Almofadinha

Jogo de berço
Vestidinho de criança

Almofadas diversas
Forrinho de bandeja
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Forrinho antigo
Acredito que foi neste forrinho, ali👉  que Lúpia aprendeu a fazer os seus alinhavos. E eu também, quando ela me mostrou a peça bordada e se dispôs a ensinar-me. Notei, então, que o avesso do fustão tem filas de fios superpostos, isto é, uma trama, onde se trabalha com os alinhavos, depois de feito o contorno dos desenhos que serão bordados. Fácil, fácil aprendi a técnica!  
                           Repassando  o que aprendi.                                                                                            O material empregado é o tecido, a agulha e a  linha. Fustão há de diversas cores. É só escolher. Agulha de mão, nem muito grossa, nem muito fina, números 6-7-8. Linha Anchor Pearl Cotton Torçal Perlé- Âncora.
 Temas- tudo o que nossa imaginação permitir: flores, frutas, bichinhos, figuras, personagens da Turma da Mônica, do Sítio do Pica- Pau Amarelo e de outras histórias, rosto de santos e de familiares e  por aí vai...  Já bordei as Garotas do Alceu e a figura estilizada de minha neta Mariah. Para isso, um desenhista criou o desenho, a partir de uma foto de minha neta. Comprove!  Vendo as fotos lá

E quanto ao tipo de peças? Aqui também vale tudo o que desejarmos: vestido para crianças e adultas, roupinhas de bebê, jogos de cama e mesa, lençóizinhos, forrinhos variados, panos para bandejas, almofadas, tiras para enfeitar  toalhas de mão e de banho, quadros e outros mais.

Observação-(a)- Os Alinhavos da Lúpia são feitos no avesso do fustão. Isso significa que a peça bordada será  toda apresentada no avesso do tecido. Observação - (b)- Os temas exigem que, além dos alinhavos, usemos outros pontos: de haste, o cheio, o caseado, o que for necessário.                            
Passos - Primeiramente é preciso escolher: o tipo de peça que se vai fazer- a cor do fustão - o tema que é o desenho, a figura - e as cores de linha adequadas ao tema.
  Em seguida, riscar no avesso do fustão o desenho escolhido, usando papel carbono, lápis ou caneta  esferográfica. 
O terceiro passo, é iniciar o bordado, contornando o desenho com linha preta, usando o ponto de haste. Veja bem! Alguns desenhos podem ser contornados com a cor original do bordado, isto é, a cor padrão da figura ou a cor dos alinhavos. Mas é bom lembrar: a cor preta no contorno realça qualquer figura. 
 O quarto passo é preencher com alinhavos as partes centrais da figura escolhida, com a cor de linha selecionada: O avesso do fustão apresenta fios superpostos que formam a trama. Com a ponta da agulha vai passando a linha sob os fios da trama, fazendo os alinhavinhos e seguindo até o contorno bordado.
Passa-se de uma coluna de alinhavos ou fila de alinhavos, para outra, com o auxílio da agulha e pelo avesso do bordado, aproveitando o contorno do desenho já bordado. Proceder do mesmo modo até completar cada parte do desenho.                                                                                                        
Quinto passo: Fazer os demais detalhes da figura usando, por exemplo, o ponto cheio, para representar um botão de roupa, o miolo de uma flor; o ponto caseado para bordar uma florzinha; o ponto de haste para riscos ou detalhes na roupa de algum personagem ou figura qualquer.        
EXEMPLIFICANDO  
1-Vestidinho de Criança - Nesta peça, usei algodão xadrezinho de amarelo e branco para o vestido. Na blusa, apliquei uma tira de fustão na cor amarela, bordada com a Turma da Mônica. A gola e mangas são do mesmo fustão sem nenhum bordado.                                                                                          
Vestidinho de criança
Para os bordados na parte do fustão, depois de        riscados os desenhos de cada personagem, contornei o rosto e a cabeça de uma das figuras com linha na cor preta e em ponto de haste. Fiz, em seguida, os detalhes de olhos, nariz e bocas. Só, então,   preenchi com alinhavos, usando linha na cor rosa, simulando a cor da pele. Tal procedimento -fazer contorno e detalhes do rosto, antes dos alinhavos, nos permite perceber a fisionomia da figura e corrigir os possíveis defeitos. Prossegui, contornando braços, pernas e vestuário das figuras com linha preta e ponto de haste, preenchendo essas partes com alinhavos na cor adequada  a cada uma. Outros detalhes, como frases em balões (Meninos, cheguei!), (Oi, dentuça), ( Hi...hi...hi...) e até a fatia de melancia da Magaly e o cabelo da Mônica foram feitos usando o ponto de haste.                                               
2-Rosto de pessoa- Garota do Alceu do vestido da Hilda 
   A)- Bordar primeiramente os olhos, as sobrancelhas, o nariz e a boca. Usar os pontos de haste e o cheio. Usar linha nas cores preta, verde ou azul (para os olhos) e vermelha (para a boca).Observe a pupila: foi bordada de cor verde, sobre o preto do olho.                                                                            B)- Contornar o rosto, a cabeça e os cabelos, usando linha na cor preta e o ponto de haste. Em seguida, você pode preencher os cabelos com alinhavos, na cor preta, simulando pessoa morena, como eu desejava. Preencher o rosto com alinhavos, com linha cor-de-rosa, pessoa morena clara. Para  pele bem  morena, você  pode usar linha creme ou  bege.                       C)- Contornar o restante do corpo da figura: ombros, braços, mãos, dedos, usando  linha preta e o ponto de haste. Preencher as partes com alinhavos, usando linha cor-de-rosa da mesma tonalidade do rosto. 
D)-Os demais detalhes foram, assim realizados: brincos e pulseira: usei linhas nas cores verde e amarelo e o ponto cheio sobre os alinhavos prontos; espelho e esponja: usei linha preta  e o ponto de haste no contorno e alinhavos na cor lilás;  unhas, linha vermelha e o ponto cheio. Para a blusa, linha vermelha e azul. Usei um pontinho que chamo ponto de pena e que consiste em uma sucessão de xis em cada listra, simulando blusa de malha ou crochê.                                                                               
E agora, não se esqueça! Circular rostos ou figuras inteiras com o ponto de haste na cor preta ressalta qualquer bordado..       
Almofada com flor
3- Almofada com Flor -Neste conjunto, vou exemplificar a almofada com flor.
                         
                                                                                
A Flor da Almofada
Fiz a almofada, usando o avesso do fustão na peça inteira. Depois de riscado o tema, isto é, a flor, os botões, as folhas e o caule, optei pelo contorno, em ponto de haste, de cada parte pela cor original de cada uma. Usei linhas nas cores verde para as folhas e caule, e rosa para a flor e botões. Escolhi linhas matizadas, isto é, meadas com as cores misturadas, indo do verde e rosa em tonalidade escura até a tonalidade clara, para fazer os alinhavos de cada parte Daí o efeito escuro e claro nas figuras. Nervuras das folhas e o caule foram feitos em ponto de haste, com a parte escura da linha verde, depois  dos alinhavos prontos. Enfim, fiz o miolo da flor, usando linha amarela e o pontinho rococó. Usei ainda linha marrom nos pistilos do miolo em delicados pontinhos de haste. Depois do bordado pronto, a capa da almofada foi costurada e preenchida com flocos de algodão.
Você vai notar que o avesso do fustão oferece uma trama que permite fazer os alinhavos só nesta parte. No avesso do bordado, isto é, na parte de trás do bordado não aparecem os alinhavos, mas, sim, o contorno de cada figura.

4- Almofadinha com a figura estilizada da foto de Mariah, minha neta.
Nesta peça, usei apenas um retângulo de fustão branco, bordado no avesso que, depois de pronto, foi aplicado em  outro retângulo maior de tecido xadrezinho, branco e rosa que seria a capa da almofada. Veja aí, gostou da  figurinha bordada?  
Reveja, então, a foto lá em cima Jogo de Berço onde mostro outra almofada "O Caio Chegou," realizada no mesmo processo desta aqui. Optei  por um retângulo de fustão sobre outro retângulo de tecido diferente, usando a figura do Cascão tal qual se apresenta nas revistinhas do seu criador, Maurício de Sousa, um grande cartunista brasileiro. 
Explicação sobre o bordado da figurinha tão amada da almofada rosa e branca.
1- Um desenhista criou a figura estilizada de Mariah, a partir de uma foto original dela, com três anos de idade. Eu lhe disse apenas que a menina não gostava de ficar calçada  o dia todo. O profissional criou esta imagem que gostei muito. E assim a bordei: depois de riscado o desenho, fiz primeiramente os olhos, sobrancelhas, os traços do nariz, usando linha preta e o ponto de haste; nas pupilas, ponto cheio, deixando sem bordado a parte branca dos olhos. Em seguida, fiz a boca, usando linha vermelha e o ponto cheio, acompanhando o risco do bordado, deixando partes sem bordado, a fim de imitar o sorriso. Prossegui, contornando o rosto com linha preta e o ponto de haste; optei por contornar os cabelos com linha marrom e o ponto de haste, bem como preencher a cabeça com alinhavos da mesma cor, simulando cabelos castanhos. Só então, preenchi o rosto com alinhavos, usando linha  na cor rosa.
Em seguida, contornei todos os detalhes da figurinha, usando linha preta e o ponto de haste. Depois do contorno pronto, tudo ficou fácil para aplicar os alinhavos, assim: partes do corpo; pescoço, mãos, pés com linha rosa; as unhas com linha vermelha, em pontinhos delicados de cheio. Aleatoriamente fui aplicando os alinhavos, assim: na blusa e calças, linha azul. Depois apliquei pontinhos de nó sobre os alinhavos, simulando poá,  na mesma cor dos alinhavos. Na blusa de mangas compridas, gola e detalhe  na saia, usei linha cinza; na saia, os alinhavos são da cor amarela e apliquei flores miudinhas  de diversas cores sobre os alinhavos prontos. Por fim, os sapatos ganharam alinhavos  na cor marrom.        ........................................................................................................................................... 
Terminadas as explicações, vamos experimentar bordar os alinhavos?    
Aqui estão alguns riscos. Use-os se quiser!      
Uma garotinha e seu ursinho
Uma garota do Alceu

Um garoto e seus balões- Aqui: Chico Bento

                                                                                                                                                          

Turma da Mônica
Mônica, Cebolinha, Chico Bento


Você pode  aumentar o tamanho das figuras. Para isso, use cópias xerográficas. Boa Sorte!
Galho de flor

Borboletinhas

Pinóquio e Branca de Neve

Frutas variadas

E por hoje é só.

Postado por Glória Guimarães, no dia 2 de julho de 2022- Brasília- DF.


































 

                                                                                                                                   
                       

























07 abril 2022

UMA PÁGINA de UM VELHO DIÁRIO

                               

São José, olhai por nós!

No mês de março, o dia 19 é o Dia de São José, o pai de Jesus aqui na terra. Este ano, eu e meus sobrinhos homenageamos papai Zuquinha e avô deles no dia  de São  José, relembrando com muitas frases bonitas e histórias pitorescas o aniversário dele. Alguns dos sobrinhos não o conheceram, outros não se lembravam e poucos sabiam de quem se tratava. Foi uma bela homenagem ao José Cândido Guimarães que iniciou  um dos ramos desta grande família em Rio Verde, Goiás.
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Página do diário

Mas ontem, achei  meu velho diário. Vejam só! Eu como toda jovem da época tinha um diário. E uma página me chamou atenção e me fez reviver a história de papai e a homenagem que lhe prestamos tão recente.  Preciso, então, dividir com vocês o fato verdadeiro e as impressões de tudo que vivi.

    20 de março de 1955! Domingo hoje! Um triste e melancólico domingo - o mais angustioso de toda a minha vida. Quanta coisa acontecida nesses  últimos três dias, coisas tristes e dolorosas! Nossa casa está triste, silenciosa, está faltando alguém. Partiu meu querido Papai. Nunca mais o verei, ninguém mais, uma longa saudade nos acompanhará até o último instante da nossa existência. Como é doloroso o luto! Agora  compreendo a dor da separação de um ente que sabemos que nunca mais voltará. Partiu Papai! Para longe, para a  Eternidade, talvez já esteja desfrutando das glórias de Deus. É isto que peço ao Altíssimo, que sua alma esteja no reino dos Céus!
    É tão curta a nossa existência, tão rápida a nossa passagem pela terra e tem de ser mesmo. Fomos criados por Deus e devemos ir sem nenhuma queixa quando sentirmos a sua chamada; fomos criados para amar e servir a Deus, neste mundo, e gozá-Lo, para sempre, no outro. É possível que o meu Papai  já esteja gozando as delícias do mundo de Deus.
   Dia 18 de março! Uma recordação dolorosa me acompanhará por toda a vida- sempre!
   Nunca me esquecerei do meu velhinho, de cabeça branca, e de um sorriso bondoso que infundia na gente uma grande confiança. Peço-lhe que me perdoa se não fui boa filha, peço-lhe de todo o meu coração.
  Sou muito conformada com os desígnios de Deus. Que tudo seja feito à sua vontade, mas nunca deixarei de sentir uma enorme saudade do meu Paizinho. Jamais me esquecerei dele em minhas orações; espero e confio no Altíssimo para que o leve e que já esteja gozando as delícias eternas.
   São José, ajudai-me também! ...
   Rio Verde- Goiás- Ano 1955
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   Como vocês viram, foi esta página que me fez lembrar que o dia 18 de março, véspera de São José, é o dia do aniversário de morte de Zuquinha, o dia que passou para o outro caminho. Com disse Santo Agostinho: " A Morte não é nada... Eu não estou longe, apenas do outro lado do caminho. O que eu era para vocês, eu continuarei sendo. Vocês continuam  vivendo no mundo das criaturas, e eu  estou no mundo do Criador. O fio não foi cortado." Pois é, o fio não foi cortado entre esse Guimarães e nós, seus descendentes. E jamais o será. Isso é tradição. É FAMÍLIA. 
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Foto-2-papai

Foto-1

Relembrando a vigorosa imagem de José Cândido Guimarães, Zuquinha, em Rio Verde, em duas épocas diferentes: 
À esquerda, foto-1 jovem, quando se casou com Maria Leão - Cota, em 1904 o casal teve dez filhos: Ápio , Idália, Adélia, Palmiro (Mirote), Palmeirinda, Delly, Rosalvo (Zalim), Rosilda e Ordália ( Dazinha).Teve mais uma filha que não sobreviveu. Maria Leão faleceu em 1922.
  Esta outra foto à direita, foto 2, não sei precisar a data, é a imagem dele que mais recordo.
 A foto de número 3, Zuquinha e Tereza, minha mãe, casados em 1924, e com meus dois irmãos mais novos de toda a família, Verson e Gérson. O casal teve ao todo dez filhos: Guimar, Guiman (Bebé), Guimas, Dária, Glória, Luizinho, Ademar, Gamas, Verson e Gérson. Teve também mais uma filha que não sobreviveu.
  Na foto 4- ele e os primeiros netos: Wagner, Wander Wmarley, Wálcio, Telma e Montgomery.
  Por fim, na foto 5, ele e os quatro filhos mais novos: Ademar, Gamas, Verson e Gérson, meus irmãos.    Para minha decepção, não tenho nenhuma imagem com ele. Mas tenho uma relíquia que vale recordar. Trata-se da foto 6 que papai mandou registrar: eu , Luizinho, Ademar, Gamas e Verson. Na época, o Gérson ainda não era nascido.

Foto-3-papai e mamãe Teresa


 
Foto 4-Avô e netos

Foto 5-Papai e filhos mais novos
 
Foto  6-Glória e irmãos mais novos
    José Cândido Guimarães faleceu com 82 anos, no dia 18 de março de 1955, em Rio Verde- Goiás.
    Deve ter nascido em 1873.Ignoramos o mês e o dia. Não temos registro de seu nascimento em Paramirim na Bahia.



Postado por Glória Guimarães, no dia 7 de abril de 2022