24 outubro 2021

Minha Vida de Professora- Parte 2

UnB-1974
"Educar é crescer. E crescer é viver. Educação é, assim, vida no sentido mais autêntico da palavra." Palavras de Anísio Teixeira, educador brasileiro- 1900/ 1971.

 Só para explicar a foto inicial UnB-1974- Em nossas vidas, o mundo sempre gira. De nada valem as
as voltas que o mundo dá se não nos arriscarmos  a sair do lugar. Foi  o que aconteceu  comigo e minha família. Tibúrcio, em sua vida militar, fora transferido para Brasília. E todos nós, nesta volta que o mundo deu, viemos parar  aqui, nesta cidade, em dezembro de 1971. E no ano seguinte, eu já estava na UnB, continuando o meu curso de Letras. Viera  de Uberlândia, onde o  iniciara. Na Universidade de Brasília, além de Letras, cursei ainda Pedagogia- nas áreas de  Administração Escolar  e Tecnologia Audiovisual.
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A partir deste momento, nesta segunda parte, continuo minha história de vida profissional, iniciada na postagem anterior.

  Muita gente, muitas vezes me perguntava, ou ainda me pergunta, por que escolhi ser professora, profissão mal paga, com obrigações fora da escola, trabalhos excessivos... sem futuro. Por quê?  São tantas as respostas. Paulo Freire mesmo disse que ninguém nasce professor ou começa a ser professor numa certa hora...A gente se forma como educador, permanentemente na prática e na reflexão sobre a prática. O professor é alguém mais sério, mais completo, é até meio visionário, pois vive "apanhando" do sistema e, mesmo assim, conserva a esperança de um futuro melhor. Além disso, sempre percebi que podia semear. O terreno era muito fértil! E me encantei muitas vezes com o que colhi. É isso! 
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Gláucia- 1ªfilha
Saindo de Porto Esperidião em maio de 1958, para minha filha nascer em Rio Verde, lá permaneci até quase cinco meses, quando saiu a transferência do Tibúrcio para Goiás. E, então, pela segunda vez fui parar em Ipameri. Parece que minha vida estava, assim, previamente, definida.

Voltar a morar em Ipameri foi bem marcante. Um tempo de realizações familiares. Por exemplo, eu fui convidada para ser professora no Ginásio Estadual Professor Mancini. Ali batalhei ao lado de mestres importantes da cidade, como o  Professor Zuzu, José Bernardino da Costa, e professor Geraldo, ambos da equipe de Língua Portuguesa que era a minha disciplina também. Lembro-me das professoras, senhoras Carmita Marot, dona Helê, Eunice Guimarães, esposa  de um  antigo professor meu, de Francês, em Rio Verde, o Promotor Joaquim Ribeiro Guimarães, e de outros nomes. Um pessoal mais adulto e mais experiente do que eu. Tal fato foi importante para mim. E o ano1959 ficou marcado como de novas responsabilidades, amadurecimento e outras vivências.
 Logo no início de 1960, nasce  nosso segundo filho, Douglas Cícero, sendo ele um marco na nossa vida naquela cidade goiana.
Douglas Cícero-2º filho

Quanto ao Tibúrcio, em Ipameri, foi promovido de posto e os trabalhos realizados em Fronteiras, reconhecidos. Assim, é que o seu espírito de militar exemplar e desbravador, acima de outros dotes pessoais, o levaram a constituir a  equipe de implantação  da 3ª Cia do 6º BC que seria aquartelada em Uberlândia, Minas Gerais, o que ocorreu em agosto de 1961. E uma nova volta o mundo deu em nossas vidas...

 A verdade é que o mundo todo sempre esteve em transformações. A energia planetária seguia o seu caminho e nós  não podíamos parar, tínhamos que  viver o presente. Por isso compreendi como a vida consegue nos surpreender, como tudo começa a se encaixar. 
 Em 1961, era Ministro da Guerra o Marechal Odylio Denys. Foi ele o
Uberlândia-1

responsável pela criação da 3ª Cia do 6º BC no Triângulo Mineiro e pelo deslocamento do primeiro comandante, Major Cláudio Albano de Brito Rech e dos componentes da equipe de implantação, todos sediados em Ipameri- Goiás. E assim, mais uma vez, eu e minha pequena família experimentamos outros caminhos. E aprendi a valorizar tudo o que me foi oferecido nas mudanças. Isso já faz 60 anos...E foi em Uberlândia, Minas Gerais, uma renomada cidade do Triângulo Mineiro.
Chegamos àquela comunidade no final de 1961 e imediatamente a adotamos como nossa. Os dez anos que ali vivemos foram  prazerosos e cheios de realizações.
Uberlândia-2
Fato notável- 1-No ano1965, nasce nossa terceira  e última filha, Glória Mirtes. Veio completar os presentes que Deus já nos dera e que já  estudavam em escolas uberlandenses.
Glória Mirtes-3ªfilha

E foi ali, naquela cidade, o palco da infância deles.

Glorinha e Douglas

Tiba, eu, Glorinha-1966

Gláucia, Douglas, Glorinha-1965

Fato notável-2-Assim que cheguei a Uberlândia, fui lecionar em uma escola particular na avenida João Pinheiro. Sua proprietária e diretora, professora  Gláucia, irmã do deputado Homero Santos. Não me lembro como a conheci e por que fui professora em seu estabelecimento. Lembro-me, entretanto, de receber em minha casa uma visita surpresa de uma pessoa desconhecida por mim, e para me fazer um convite. Tratava-se de dona  Carlota do Externato Rio Branco, uma escola do ensino elementar, na avenida  Princesa Isabel. E o convite: para eu ser um dos elementos de sua equipe de professoras. E do 4º ano! 
Ah, Dona Carlota! Nossa empatia foi tamanha que nem titubeei. E simples assim, aceitei. Eu nunca caminhei sozinha. Sempre tive companheiros ótimos. E como professora nunca pensei em desistir. Pelo contrário...me fortaleci naqueles que apareceram em minha jornada. Penso que nada é mais sagrado que a lealdade de quem acredita em você e nada é mais revigorante que ter o respeito das pessoas que você admira.
Rua do Externato
Prédio do Externato Rio Branco
Assim fui parar no Externato Rio Branco em 1963, pelas mãos de Dona Carlota. Nas duas fotos seguintes, apresento o prédio do externato e a rua Princesa Isabel, nº 162. Hoje lá é O Gabarito, Cursos de 2º Grau- Pré Vestibular. Naquela época era pintado do verde bem claro, dois andares e a residência de dona Carlota no térreo, bem aos fundos, depois de algumas salas de aulas e do pátio de recreio. E no segundo andar só salas de aula. Anos depois, foi reestruturado, passando a residência da proprietária para uma parte do segundo andar. Neste prédio, já no segundo andar, ocupei uma sala de aula  por nove anos. Um local de trabalho que me traz muitas recordações. E que me completou, pois em Uberlândia nem quis tentar lecionar em colégios públicos. O Externato me bastava...
 
Prédio hoje
   O que falar de dona Carlota? Quando a conheci, já era uma pessoa realizada na vida. Professora, diretora, empresária. Uma senhora benquista na sociedade uberlandense, uma personalidade marcante como mostra a foto à esquerda, junto comigo e Gláucia, minha filha , no dia do recebimento de seu diploma, como quartanista do Externato.  Era goiana, de Goiatuba, mas a realização de seu destino foi Uberlândia. Em 1944, comprou de sua tia Odete  de Oliveira Marquez, o Externato Rio Branco. Entregou-se de corpo e alma na construção de um estabelecimento modelar. Sua escola transformou-se numa referência regional. Seus professores, os melhores da cidade e os resultados para os alunos, ótimos, inquestionáveis. A professora Carlota de Andrade Marquez recebeu em vida  o título de Cidadã  Uberlandense pela Câmara Municipal, em 1978,  e depois, a comenda Augusto César , uma de suas mais altas condecorações, pelos 57 anos dedicados à Educação. Ela faleceu em 1996. Nesta data, eu não morava mais em Uberlândia.               
 Para mim, ter sido uma parceira no trabalho da professora Carlota foi uma bênção! Foram quase dez anos. Só a deixei porque vim morar em Brasília, no final de 1971. 
Painel datas diversas
Um final de ano-1970
Belas lembranças do Externato Rio Branco, em Uberlândia- Minas Gerais.
Primeira turma-1963



Desfile 7de Setembro-1963

Minha turma-1966..

Profª Carlota, Glória, Neide... alunos.

                 





















   As turmas eram do pré-escolar até a 4ª série. As professoras,  as melhores da cidade. Mesmo sem os sobrenomes, gosto de citar : Dolvira, Donizeth, Fátima, Marlene, Maltch, Manuela a da escaleta , era professora de música, Norma Salomão, Marta Emídio, Sheila e outras. Dona Carlota fazia questão de ter uma equipe  bem preparada, comprometida com os seus objetivos... 
E os alunos? Principalmente,
os meus alunos? Ah! Uma garotada de nove, dez e onze anos, inteligentes, estudiosos, carinhosos, amados... Saíam da 4ª série para enfrentarem o famoso Admissão ao Ginásio. E não havia um que não ingressasse no Estadual, o famoso Museu, ou outro colégio importante da cidade ou de outro local diferente. Nossos programas curriculares contemplavam as duas modalidades. Fazendo uma estimativa, acredito que, em nove anos em sala de aula, tendo  de 30 a 35 alunos por turma, cerca de 315 alunos foram meus companheiros de jornada , em uma época importante de minha vida.


GALERIA da SAUDADE  - Alunos do EXTERNATO  RIO BRANCO - de 1963 a 1971
Alunos de turmas diversas

Juntos e misturados. No verso tem o nome de cada um.

Mais alunos

Rosely Rosa e eu-1963
   Vejam as fotos daquela geração de esperança. 
Lúcia Cristina, Vânia Pacheco, outra Vânia, Túlio, Ângela, Regina
    Todos de olhar firme, confiante, preparando o futuro  que viria...      Quanta saudade! Cada foto me desperta a  vontade de saber por onde anda cada um deles...


Ednamar e Rosely
Muitas lembranças- Alberice, Carmen, Jamil Tostes







Uma "doce" lembrança...de Núbia-1963









Minhas companheiras de jornada









Mensagens que encantam



Alunos prof.ª Marlene- +-68/69

Eu e os dois irmãos
Belas lembranças tenho de todos eles, principalmente quando leio a dedicatória nas fotos. Tudo me lembra carinho, afeição, alegria, amor, nas palavras e na letra de cada garoto ou garota.
 E uma doce saudade me invade e me faz muito  feliz. E muito grata. Vejam só:


- À minha querida mestra ofereço este retrato como  lembrança- Cid
- Para dona Glória com amor, uma lembrança de seu aluno- Paulo.
- Ofereço esta à minha professora como lembrança dos meus dez anos- Jerônimo.

-Presenteio com esta pequena lembrança!  De sua aluna que muito a estima- Maria Aparecida Knychala.
- Quando o futuro se fizer presente lembre-se de sua aluna que tanto a quer- Cleone Ferreira Silva.
Frases que afagam o coração de quem recebe

Muitas dedicatórias amáveis








Frases e mais frases
 
              Cleone, o futuro já se fez presente e estou aqui me lembrando e relembrando de todos vocês que por mim passaram como alunos, como filhos, e, principalmente, como amigos que foram. Por onde andam? Gostaria tanto de saber... Por informações, soube das  médicas, Drª Rosely Rosa e Drª Rosa Maria Marquez em Uberlândia. Pela internet, Drª Maria Aparecida Knychala e por aí vai... O tempo há de ter feito médicos, engenheiros, professores, doutores, além de pais, mães de famílias, cidadãos felizes, comprometidos com a sociedade e a vida.
Knychala-aluna
Como Maria Aparecida Knychala outros exemplos devemos  ter ao longo dos anos que se passaram. Com certeza!
Knychala- médica

Fato notável- 3-Foi em Uberlândia que pude concretizar o meu desejo de fazer curso superior. Ingressei-me na faculdade de Filosofia Ciências e Letras que funcionava no Colégio Nossa Senhora, das Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado. Ainda não existia o prédio próprio da Universidade Federal de Uberlândia, mas renomados professores estavam lá, no Colégio, para  a felicidade da nova geração de alunos. Lembro-me perfeitamente do Professor Vadico, ou melhor, Professor Osvaldo Vieira Gonçalves, de Literatura; Professora Odélcia Leão, de Francês e de outros nomes importantes. O curso de Letras oferecia dois ramos: Língua Portuguesa e Literatura, com Língua Francesa e Literatura Francesa. Essa era a minha opção. O outro ramo, Língua Portuguesa e Literatura, com Língua Inglesa e Literatura Inglesa. Ambos com a grade curricular de quatro anos cada  curso. Ambos bem concorridos pela juventude que desejava ser professor ou professora, ou que já era, e estava ali  se especializando...

Fato notável- 4- Foi aquele Só para explicar a foto inicial UnB-1974 do início desta postagem- Mesmo sendo repetitiva, tenho que reafirmar que de nada valem as voltas que o mundo dá, se não nos arriscarmos a sair do lugar. E foi o que aconteceu comigo e família. Mesmo sendo felizes  em Uberlândia e quase terminando a faculdade, viemos parar em Brasília, no dia 27 de dezembro de 1971. E aqui  uma nova vida sorriu para mim e para todos nós de casa. Tanto que, nossos planos de permanência de dois anos aqui e volta à cidade mineira, não se cumpriram. E cá estamos há 49 anos.
UnB- Ala Norte- Minhocão
Em fevereiro de 1972, retomei meu curso na Faculdade de Letras, da UnB, no coração de Brasília. Pela transferência, análise de currículos e aproveitamentos de créditos, fui me formar em Letras  só no final de 73. Esse fato foi bom, pois a universidade me oferecia a possibilidade de cursar concomitante uma segunda opção. Assim, escolhi Pedagogia nas áreas de Administração Escolar e Tecnologia Audiovisual
Na UnB, no início da década de 70, embora nada ainda informatizado, mas com uma estrutura completamente diferente do que eu conhecia, com  renomados mestres, cito Professor Antônio Sales de Língua Portuguesa, o escritor Ciro dos Anjos, o poeta Cassiano Nunes, de Literatura Brasileira e muitos outros da área pedagógica nas metodologias ora  implantadas, tudo me fez viver experiências novas e pude crescer de um jeito diferente. 
Brasília-1972
Recebi meu diploma de Letras em 73 e em 74, o de Pedagogia-Administração Escolar e Tecnologia Audiovisual.

 Fatos notáveis nos primeiros tempos de Brasília-5 -Ano 1972 em diante...
Participei do primeiro concurso da FEDF- Fundação Educacional do Distrito Federal, em fevereiro. FEDF era o órgão governamental responsável pelo ensino. Aprovada em concurso, fui contratada como professora do 1º Grau. Só depois que terminei o curso de Letras em 1973 é que fiz concurso para o segundo grau. E passei a ser professora de 2º Grau, assim classificada: Professora, Classe C, 40 horas semanais. E anos mais tarde, em 1986, a FEDF passou a ser Secretaria de Educação do Distrito Federal.

 Na UnB, já prosseguindo no curso Letras, eu e outras colegas também contratadas no  concurso de 1º Grau tivemos o privilégio de atuar  no Curso Supletivo da FEDF, curso noturno que estava sendo implementado no ano 1972 pelo órgão. Nosso  horário  na  UnB era matutino. Tudo se encaixa. Ganhei uma turma de adultos: senhores, jovens, donas de casa, todos sequiosos  por terminar os estudos primários e prosseguir na vida. Era uma escola nova,  Escola Classe 104 Norte, próxima à quadra onde eu residia. Uma direção  comprometida com a modalidade de ensino e nós, os novos professores, pudemos realizar um trabalho que resultou em bons frutos. Até hoje tenho amigos que foram da primeira turma de alunos. E de outras subsequentes.
Recebendo o meu diploma de Letras, participei do concurso exigido  pela FEDF para lecionar no 2º Grau, como Professora de Língua Portuguesa, Literatura e Redação que sempre fora o meu objetivo de carreira.  Assim, fui parar no  Centro Educacional 01, um colégio  de 2º grau, no Cruzeiro-DF. Anna Maria Villaboim era a diretora na época e a equipe de professores muito bem atuante. Muito ao contrário do que se dizia: Professor da Fundação Educacional? Ninguém quer nada...Jovens e velhos professores desenvolvendo trabalho digno, com garra e coragem, reciclando- se no seu ramo e nas mudanças  pedagógicas  que vinham ocorrendo no sistema de ensino de modo geral, às vezes faltando o básico na estrutura do estabelecimento, desejando e fazendo o melhor para o aluno. Como eu disse antes: " Professor é até visionário, pois vive "apanhando" do sistema, mas conserva sempre a esperança de um futuro melhor". E quanto aos alunos? Muitos, muitos, nem sei quantos, durante o tempo que por ali estive.
Além da professora Anna Maria, passei por outras diretoras e diretores, pois Anna Maria Villaboim, pelas mudanças estruturais ocorridas na FEDF e pelo seu trabalho desenvolvido, passou a  ser a primeira diretora do Complexo Escolar"A" do Cruzeiro, equivalente hoje a uma Regional de Ensino. E tempos depois passou  à Direção do Ensino Supletivo na sede da FEDF. E antes do final  da década, eu e outras colegas do CE 01 do Cruzeiro, fomos participar da equipe de Anna Maria na sede do Complexo "A" do Cruzeiro.

Fatos notáveis da segunda metade da década de 70 em diante -O mundo jamais parou para mim. E, nas andanças dele, sempre gostei do que me chegava às mãos. Aprendi tanto! Superei o que foi preciso, melhorei, cresci. As idas e vindas sempre me impulsionaram para as certezas que viriam. Já fora nomeada Professora de segundo grau e com as mudanças no plano de carreira do magistério passei a ser Professor Classe C, com 40 horas semanais, nos horários vespertino e noturno. 
Em 1975, finalizado na UnB o curso de Pedagogia, pude me dedicar a outras atividades no período matutino. Por exemplo: Aperfeiçoamento do meu currículo pedagógico na área de Tecnologia de Audiovisuais, conhecendo novas técnicas de elaboração e uso de materiais diversos, já que Brasília estava sendo pioneira na implantação do ensino a  distância, em muitos cursos. As modernidades da internet atual ainda não existiam. Viriam anos depois...Assim, elaborei muitos módulos de ensino de Língua Portuguesa. E de outras disciplinas em parceria  com os profissionais de cada área. E outros tipos de material pedagógico: instrução programada, slides, apostilas, fascículos como os do telecursos, via rádio etc, etc.

Oitava série
 Iniciando os anos oitenta-Com eu havia atuado dez anos em colégio particular em Uberlândia, convidada  para  lecionar  por aqui também na área, aceitei.
Sétima série

1-O colégio CEMEV- Centro de Ensino Memorial Evangélico- de 5ª a 8ª série. Veja as fotos, com meus alunos das últimas séries do 1ºGrau. Entre os adolescentes  da oitava série, meu filho Douglas (blusa do uniforme verde claro) está presente. Foi por pouco tempo.

2- Por pouco tempo também lecionei no Colégio de 2º Grau Montenegro e fiz parte da equipe de correção de redações de vestibulares da Faculdade  UPIS- União Pioneira de Integração Social, ambos do setor privado, da família Montenegro e outros sócios.

CETEB-ano 1984.
3- Atuei ainda  no Centro de Ensino Técnico de Brasília-CETEB por dez anos. Um colégio modelo de 2º Grau, regular, com laboratórios de última geração de Física, de Química e de Inglês, com  módulos de ensino de diversas disciplinas e uma equipe de professores compromissada com as tecnologias em mudanças. Foram dez anos, muitos alunos,  e muitos resultados positivos. Poucas fotos tenho desta época, mas muitas lembranças vivem em mim. Vejamos, aqui à esquerda 👈 alunos nos laboratórios e outros, despreocupados, posando para a posteridade.
CETEB-ano 1984.
Outros, no corredor de saída rumo à liberdade. Ali abaixo👇 Finalmente, o diretor Jonofon -José Nogueira Fontes, à direita👉 alguns alunos e professoras fora do âmbito escolar.
 É bom lembrar  que o 2º Grau regular do CETEB  não existe mais. Hoje, o Centro de Ensino Tecnológico de Brasília é uma organização que desenvolve e implementa  programas educacionais  em diversos cursos a distância, uns com material on line e avaliações presenciais. A Escola CETEB faz parte da FUBRAE- Fundação Brasileira de Educação.

4-Um tempo bem precioso que tenho ainda  para contar foram os dez anos passados no Senac- Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, uma instituição brasileira de educação profissional voltada para o Comércio de Bens, Serviços e Turismo do País. Participei da equipe de  Técnicos de Supervisão, colocando em prática as vivências do meu curso de Língua Portuguesa. E de Tecnologia  Audiovisual na  elaboração e uso de material didático, bem como trabalho de acompanhamento e supervisão junto aos instrutores das diversas disciplinas. O Senac sempre  primou pelo uso de material didático de qualidade.
Não permaneci mais tempo no Senac porque me aposentei pelo INSS, no ano 1996, após 30 anos  de serviços  na área particular de ensino.

5-Um tempo de Supervisão Escolar e outros trabalhos, enfim de Vida Profissional- A educação é um processo de transformação do ser humano, o qual faz com que ele desenvolva suas potencialidades de acordo com o ambiente em que vive. E para que isso ocorra o ser humano precisa de referências familiares, sociais e culturais. O trabalho do profissional da educação  se constitui ainda de um compromisso político, pedagógico e coletivo para poder cumprir melhor a tarefa de formar cidadãos. Deixando as salas de aula do Centro Educacional 01, fui participar da equipe de supervisão escolar do Complexo Escolar "A"-Cruzeiro, sob a direção da Professora Anna Maria Villaboim a princípio. Com as mudanças estruturais da FEDF, outros diretores atuaram na sede do Complexo. Entre eles destaco a gestão da Professora Lygia  Barcellos Hogem cujo lema "Tudo que deve ser feito, merece ser bem feito!" foi fundamental para uma equipe que sabia que aspectos pedagógicos eram prioridades, e tinha consciência de que "nada mais importante e mais complexo que a formação de seres humanos por outros seres humanos" e que o objetivo principal é a construção do futuro dos estudantes. Fazendo uma retrospectiva: duas Lygias foram importantes em minha vida  de professora. A primeira, em Rio Verde, anos1947 a 1950, e a segunda, em Brasília.
Lygia, Joaquina, Olinda, Glória e Paulinha

Foi um tempo de novos trabalhos, experiências renovadas, competências colocadas à prova, horários adaptados, tudo para atender a uma função ímpar, como orientar, desafiar, instigar, motivar, despertar o desejo, o prazer, o envolvimento com o trabalho e a divisão das alegrias pelos resultados obtidos. E ainda observar aquela pirâmide invertida: o Secretário de Educação dá apoio às sedes das Secretarias. As sedes dão suporte às coordenações que apoiam as escolas, essas por sua vez têm o dever de apoiar os professores, cujo papel é apoiar os alunos. Tivemos, então, a oportunidade de vivenciar a complexidade da "formação de seres humanos por outros seres humanos" e as pessoas, parceiras de trabalho, foram muitas e especiais. 
Novas mudanças ocorreram com a criação das Regionais de Ensino. O Complexo do Cruzeiro passou a fazer parte da Regional da Asa Sul. Em 1986, data da criação da Secretaria de Estado de Educação do DF, já estávamos alocados no CASEB.. Ali  permaneci até 1991, data da minha aposentadoria, no serviço público  do GDF...................................................................................................................
Machado, Nieta, M. Helena,Celina, Olinda, Loura, Edite


 Galeria especial- Complexo Escolar "A" do Cruzeiro- Belas recordações.
Lygia Hogem
As imagens descontraídas nos revelam tempo de trabalho com alegria e muita amizade...

Ângela Lavinas


Newma Gusmão
Lygia e Edite


Nieta, Edite,Geralda,Carmelina, M.José, Glória...















CED 01 do Cruzeiro-Professores

Professores CED 01-Cruzeiro

Regional-Asa Sul

Regional- Asa Sul

Velhas amizades continuam na Regional

Regional- Asa Sul- Aniversário de Mariza Eid

Regional- parte da turma do Consórcio
 
Foto1- Arroz carreteiro

Foto 2-Complexo Escolar do Cruzeiro
 




































  
 E esta galeria de fotos? Vou explicá-la:
Nas fotos 1 e 2-Arroz carreteiro feito pela funcionária Regina (já falecida), em comemoração ao evento "Professor do Ano" do Complexo. E parte de professores presentes, bem como  alunos de uma escola  próxima ao Complexo.
A foto 3- 👇 lá embaixo: Amizades verdadeiras- Lygia, Joaquina, Olinda, Glória e a mascotinha do Complexo, Paulinha, filha da professora Olinda. Todo o pessoal do Complexo acompanhou a gravidez de Olinda e o nascimento da garota. Fato acontecido  em 1981.Paulinha  é hoje uma linda jovem.
Na parte superior👆, as fotos mais antigas mostram professores  do Centro Educacional 01, inclusive  a diretora, professora Santa Catarina. E as imagens mais modernas são das turmas da Regional de Ensino da Asa Sul, principalmente a turma do consórcio. Este consórcio foi assessorado pela  Professora Mariza Eid e funcionou sempre  como um programa de festa, encontros, viagens e outras badalações...além dos sorteios mensais. Este consórcio foi ativo por 22 anos, e nos proporcionou muitas alegrias.
Regional Asa Sul- Turma do Consórcio
Foto 3-Amizades verdadeiras
Por fim, fecho esta galeria com a foto do ano 1954, onde está registrado o seguinte fato: "Meu  primeiro salário recebido como professora em Rio Verde, ano 1953, foi empregado na aquisição do tecido do vestido e do colar que uso na foto. O colar é uma peça de marcassita e se tornou um talismã para mim. Eu o tenho guardado, embora  sem brilho e desgastado pelo tempo.O tecido do vestido, fundo verde e flores brancas em alto relevo foi adquirido na loja do seu Neca,  pai de Inajá, amiga  da época."
Glória- 1954
Colar-talismã
Apresento ainda a foto abaixo👇, cópia do Ato de minha aposentadoria , publicado no Diário Oficial-DF, no dia 20 /02/ 1991- 38 anos no serviço público. 


Cópia do Ato de minha aposentadoria
Trinta e oito anos de serviço público inesquecíveis! Nesse tempo todo, mudanças aconteceram e as certezas sempre vieram. Para melhor. Sou grata por tudo que Deus colocou em meu caminho. E jamais me arrependerei de ter sido Professora! Só uma Professora...

Mensagem de PENIEL PACHECO- Em homenagem ao DIA do PROFESSOR- 15/10/2021

PROFESSORAR- UM VERBO A SER CONJUGADO NO PRESENTE

O que um MESTRE faz, senão PROFESSORAR sua crença no PODER da Educação?

Ser EDUCADOR é mais do que ter uma profissão. É a PROFISSÃO de fé de quem acredita piamente na própria VOCAÇÃO e reverencia  o DOM de ensinar como um contributo de FÉ e DEVOÇÃO.

FÉ na sublime possibilidade de poder FORMAR pessoas (não  CONFORMÁ-LAS); de sentir-se capaz de TRANSFORMAR mentes e corações (não DEFORMÁ-LOS).

DEVOÇÃO ao bendito CHAMADO para ser ARTICULADOR de novos SABERES sem, contudo, desprezar as EXPERIÊNCIAS e os CONHECIMENTOS pretéritos.

SABER-SE educador é RECONHECER-SE na CONSTRUÇÃO do outro. É SENTIR-SE parte ativa no DESENVOLVIMENTO bio-psico-social do próximo.

É estar PRÓXIMO, ainda que AUSENTE. É fazer-se PRESENTE, até mesmo  no FUTURO. É sentir-se LEMBRADO, independentemente do tempo PASSADO.


É CRER que só há MÉRITO maior (do que na luta em si) se ENSINA a luta pela CONQUISTA da plena DIGNIDADE de seus abençoados DISCÍPULOS.

PROFESSORAR é mais do que simplesmente ENSINAR. É a divina arte de fazer-se VIDA e VOZ nas VIVÊNCIAS e nas PALAVRAS daqueles que, seguindo seus PASSOS, se tornarão os  PROFESSORES de amanhã.
...............................................................................................................................................Estamos no ano 2023, no mês de junho. Quero registrar aqui um depoimento que recebi de uma pessoa  que um dia cruzou a minha vida de professora. Trata-se de Suzana Vasconcelos de Paula, hoje professora de Português, revisora de textos e profissional do STJ, em Brasília. 
Suzana e Glória
 No dia 3 deste mês, na Igreja Nossa Senhora da Esperança, sentei-me ao seu lado, mas não a reconheci. Também pudera! O nosso  primeiro encontro aconteceu no Senac, na década de 90, possivelmente ... Suzana, uma jovenzinha querendo desabrochar para a vida profissional. Mas ela me reconheceu ... E graças  às suas lembranças  e fotos que fizemos estamos  aqui, curtindo muito felizes, um período  de minha vida de professora. E dela também.
Em um depoimento pelo celular, Suzana se expressa:
" Bom dia, dona Glória! Que alegria me causou  encontrá-la na missa. Lembrei-me direitinho do seu olhar, leveza, delicadeza com que me tratou no dia em que presenciou minha microaula para admissão no Senac. Costumo lembrar-me de pessoas boas. Obrigada à senhora e a Deus pelo memorável reencontro.💞💏  Suzana Vasconcelos de Paula."
E eu lhe respondi: " Obrigada, Suzana, pelas fotos. Obrigada pelas palavras de carinho, dirigidas a mim, uma simples professora que passou por sua vida... Suzana, fiquei tão contente ser reconhecida, após tanto tempo. Seu gesto de carinho calou fundo em meu coração.💜💛 ...Sou grata a Deus por ter participado daqueles momentos importantes para você e  sua vida profissional."
 
Fatos como esse enriquecem a vida de qualquer pessoa que os viveu...
Brasília, 19 de junho de 2023  - Maria da Glória Guimarães Dias.                                           






















Postada por Glória Guimarães no dia 24 de outubro de 2021. Brasília- DF